Ocupa Campus Goiabeiras #6J protesta contra ataques à Educação com atos, arte e grande mobilização da comunidade da Ufes

Adesão aumenta a cada convocação para mobilizações. Atividades foram encerradas com grande show de André Prando e contaram com aulas públicas, rodas de conversas, oficinas, exibição de filme, performance de poemas, e apresentações artísticas diversas

A Adufes e o Sintufes realizaram durante toda esta quarta-feira, 6 de julho, o Ocupa Campus Goiabeiras #6J. Foram promovidas inúmeras atividades com foco na defesa da educação e da universidade pública, contra os cortes no orçamento, que podem inviabilizar o funcionamento da Ufes, contra a proposta de cobrança de mensalidades nas instituições públicas de ensino superior, entre outras pautas. O dia de mobilização teve como encerramento o show apoteótico de André Prando, na escadaria do Teatro Universitário. Confira a galeria de fotos no final da matéria.

A maior parte das atividades foi proposta por professoras/es e técnicos da Ufes que tiveram apoio da Adufes e do Sintufes para a realização. Logo no início do dia a cantina do Honofre, no CCHN, ficou cheia de gente para a Roda de Conversa “A farsa do Reuni digital e o desmonte das universidades públicas”, com as professoras Ana Carolina Galvão, Priscila Chaves, e Lívia Moraes. Na sequência, foram realizadas duas aulas públicas: Feminismo antifascista na literatura brasileira dos anos 30 (professora Júlia Almeida), e Desmi(s)tificando a regulação das mídias (professor Edgar Rebouças).

Simultaneamente, do outro lado do campus de Goiabeiras, na cantina do Centro de Artes (CAr), acontecia a Roda de Conversa “Teletrabalho e Carreira”, com os TAEs Daniel Campos Pompermayer e Ivan Gomes da Silva. Por lá, a atividade teve continuidade com as aulas públicas “O capitalismo comunicativo e a educação neoliberal”, com o professor Rafael Bellan, e “Características e particularidades do capitalismo contemporâneo e suas crises”, com o professor Maurício Sabadini.

Anti-quadrilha

A mobilização não parou nem na hora do almoço. O Restaurante Universitário (RU) foi palco para uma tradicional quadrilha de festa junina/julina, na verdade uma anti-quadrilha de Bolsonaro. As mentiras do Governo Federal e as verdades sobre os desmandos do bolsonarismo foram amplamente divulgadas enquanto dezenas de pessoas participavam, vestidas a caráter, da dança tradicional comandada pelo diretor do Sintufes Wellington Pereira.

À tarde, foi realizada declamação de poesias autorais com a professora Carina Copatti, na cantina do Honofre, no CCHN, e “Slam: performance de poemas sobre mártires militantes antirracistas e novos militantes sociais”, além de “Oficinas de Cartazes”, ambas com o Coletivo por uma Ufes Popular. No mesmo local, também houve a atividade “Empenhadas: roda de conversa para escuta das mulheres”, com a professora Cláudia Murta.

As atividades também tiveram continuidade à tarde na cantina do Centro de Artes (CAr) com a Roda de Conversa “Universidade sob desmonte: cortes, Reuni digital e o triunfo do individualismo”, com a professora Junia Zaidan e o professor Rafael Vieira, além de um momento de Música e Poesia com o professor Gaspar Paz, além de Carlos Papel, Luiza Molulo, Gabriel Xavier, Ana Castro e Priscila Vescovi.

Houve ainda, na sede da Adufes, a exibição e debate do filme “Você não estava aqui” (Ken Loach, 2021), sobre a exploração capitalista e a política neoliberal, com o professor Robson Loureiro.

Encerramento

O encerramento das atividades foi com o show de André Prando, na escadaria do Teatro Universitário. O cantor se apresentou no estilo voz e violão com um repertório de músicas autorais e de releituras que dialogam com os tempos atuais. “Fico muito feliz de participar de uma ação como essa na Ufes, uma vez que me formei em Música pela Universidade e tenho uma relação de muito carinho e de defesa da Instituição. Sou cria da Ufes”, disse o artista.

A presidenta da Adufes, Junia Zaidan, salienta a ótima repercussão das atividades e a adesão de docentes, técnicos e estudantes que aumenta a cada mobilização convocada, desde as atividades do dia 28 de abril, passando pelos atos de 9 de junho e as plenárias locais realizadas no mês passado.

“Isso demonstra a necessidade de manter o estado constante de mobilização. A gente entende que a circulação de informações sobre todas as pautas, acompanhada das análises que temos feito, é o que vai ampliar ainda mais a participação da categoria. É um processo”, disse.

Junia acrescenta que a beleza e expressividade das atividades do dia 6 de julho refletem o interesse que existe pelas pautas do movimento. “Estas pautas estão no centro das questões que tocam a categoria. Não apenas salários e condições de trabalho, mas assuntos como as condições de vida das/os estudantes interessam muito às/aos docentes, entre outros. E a arte e a cultura são instrumentos centrais para as/os trabalhadoras/es representadas/os pela nossa entidade”.

Assembleia

A mobilização desta quarta-feira, 6 de julho, foi aprovada em Assembleia Geral da categoria docente. As atividades neste dia foram construídas por docentes e técnicas/os. Professoras/es puderam propor atividades por meio de formulário online e contaram com apoio e suporte da Adufes para a sua realização.

As pautas principais do Ocupa Campus Goiabeiras do dia 6 de Julho foram:

1- luta contra os cortes orçamentários promovidos pelo Governo Federal e que colocam em risco o funcionamento da nossa instituição, além da assistência e permanência estudantil;

2- enfrentamento ao Reuni Digital, que visa expandir vagas via Ensino à Distância (EaD) e criar uma Universidade Federal Digital, afetando a natureza e a qualidade do ensino e sem compromisso com pesquisa e extensão;

3- luta contra proposta de cobrança de mensalidades nas universidades públicas e inúmeros outros ataques de desmonte da Educação, da carreira docente, da ciência e da tecnologia.

Adufes