Categoria aprova em assembleia geral constituição de GT para  discutir cômputo de carga horária e as distorções causadas tanto pela  Resolução 60/92  quanto pela proposta de alteração

Assembleia também registrou as ações de  mobilização e comunicação realizadas pela Adufes e pelo Andes-SN em todo o país, junto com outras entidades sindicais, para derrotar Bolsonaro nas ruas e nas urnas, convocando a categoria a participar para garantir o fim do atual Governo. Confira a galeria de fotos da AG no final da matéria

A Adufes realizou nesta quinta-feira, 4, uma assembleia geral (AG) na sua sede, no campus de Goiabeiras da Ufes, em Vitória-ES. A categoria aprovou a constituição de um Grupo de Trabalho (GT) que vai tratar das propostas de mudanças na Resolução 60/92, trabalhando em articulação com o GT Carreira e a Comissão Local de Mobilização (CLM). Caso entrassem em vigor, as propostas modificariam o cômputo da carga horária docente, invisibilizando ainda mais o trabalho docente de planejamento, formação, pesquisa, extensão e até mesmo ocupação de funções de gestão e no Sindicato, já precarizado e intensificado com a normativa vigente.

O novo GT produzirá um documento com respostas ponto a ponto às mudanças propostas, que representam retrocesso na carreira docente e ainda mais sobrecarga de serviço. A Resolução atual também será objeto da análise que será produzida, uma vez que ela, como está, produz a invisibilização do trabalho docente. Para isso, será elaborado um texto preliminar com o acúmulo já existente acerca da pauta e serão promovidos seminários para que a categoria seja ouvida e suas sugestões sejam incorporadas ao documento. Além disso, as plenárias para debater a questão continuarão sendo realizadas nos centros de ensino e outras formas de mobilização para derrubar as propostas serão mantidas.

A presidenta da Adufes, Junia Zaidan,  considerou excelente o  debate realizado durante a AG. “Foi muito produtivo. As múltiplas inscrições para fazer uso da palavra mostram que a categoria está envolvida com a pauta e preocupada com os rumos da carreira e com o risco que todas e todos correm, assim como a própria universidade, caso mudanças tão profundas sejam aprovadas da forma como estão, sem um amplo debate com a base que nesse momento está consciente de sua condição enquanto classe trabalhadora”.

Junia reforça que nem a proposta de alteração feita pela Comissão de Política Docente do Cepe (CPD), nem a resolução vigente normatizam com justeza o cômputo de carga horária na universidade, ressaltando a importância de estender o debate a fim de provocar a Ufes a construir um novo documento.

Entre os pontos principais da proposta de alteração da Resolução 60/1992, que suscitaram questionamento, estão a redução do fator para planejamento didático de 2,5 para 1, a obrigatoriedade de diretores de centro assumirem encargos didáticos, e o impedimento à categoria de atuar na direção do sindicato com liberação de carga horária didática.

Trabalho e Produção de Saúde

Durante a AG, a categoria também aprovou a constituição do Núcleo de Trabalho e Produção de Saúde após ouvir a explanação da professora Beth Barros, do CCHN, e discutir a pauta. O Núcleo criado na assembleia já tem cinco docentes participantes: Beth Barros (CCHN), Rafael Gomes (CCHN), Dulcineia Rosemberg (aposentada), Edson Cardoso (diretoria Adufes), e Maria Amélia Dalvi (CE). O núcleo está aberto à participação de outras/os professoras/es interessadas/os.

Também foi aprovada nesta assembleia geral que a Adufes dê entrada em uma ação judicial referente à inclusão do 13º salário e 1/3 de férias no abono permanência. A assessoria jurídica do Sindicato esteve na AG e respondeu as dúvidas das/os docentes sobre a pauta.

#ForaBolsonaro

Durante os informes, foi realizada uma comunicação sobre as ações que já foram feitas e as que estão sendo planejadas para derrubar Bolsonaro nas ruas e nas urnas, tanto no âmbito local, como na esfera nacional. No próximo dia 11 de agosto, às 10 horas, será realizado um ato “Fora Bolsonaro” na praça Costa Pereira, no Centro de Vitória, simultaneamente com atos em todo o Brasil. Nova mobilização está sendo construída para setembro, quando haverá o Grito dos Excluídos, no dia 7, e outra grande mobilização no dia 10. Além disso, o combate ao Governo Bolsonaro e ao bolsonarismo está cada vez mais intensificado nas ações de comunicação da Adufes, em especial nas redes sociais.

Além das diversas ações que tem realizado desde o início do ano, com a mobilização do dia 28 de abril (Dia nacional de Luta), 9 de junho (9J, junto do Movimento Estudantil), e 6 de julho (Ocupa Campus), que pautaram o Fora Bolsonaro, foram realizadas 10 plenárias nos locais de trabalho (centros da Ufes) no mês de junho, ouvindo a categoria e denunciando o congelamento de salários, a intervenção de Bolsonaro nas universidades, deixando de nomear reitoras e reitores eleitos em 1º lugar, bem como denunciando o  desmonte da educação e dos serviços públicos. As jornadas de luta do Andes, em articulação com o Fonasefe, têm tido a participação da Adufes em Brasília, por meio de chamadas locais, com incentivo e viabilização de participação de toda a base na luta contra o governo protofascista.

Também compõem as estratégias de luta pelo Fora Bolsonaro a participação da Adufes na coordenação do 28º. Grito dos Excluídos e a atuação de Sindicato como articulador dos atos de 11 de agosto e 10 de setembro em Vitória. A Adufes fortalece iniciativas locais por eleições livres, contra o protofascismo, como a convocação dos coletivos Convergência Democrática e Transparência Capixaba, que realizarão a leitura da carta pela democracia da Faculdade de Direito da USP no dia 11 de agosto, na Ufes. A Adufes direcionou todo o conteúdo de sua comunicação, incluindo editorial e capa da edição impressa do jornal Fique por Dentro, nos meses que antecedem às eleições, para intensificar a denúncia contra os ataques do governo e estimular o comparecimento às urnas para derrotar Bolsonaro.

Adufes