Assembleia geral da Adufes decide pelo voto em Lula e Casagrande para derrotar Bolsonaro e Manato no segundo turno! O posicionamento foi aprovado nesta segunda-feira, 10, na sede do sindicato, em Vitória. A base aderiu à nota que a direção do sindicato publicou na última quarta, 05 de outubro (confira abaixo).
A vice-presidenta da Adufes, Jacyara Paiva, conduziu a assembleia na mesa também composta pela diretora Ana Heckert e o diretor Luciano Vidon.
Durante a reunião, que teve expressivo comparecimento a base também discutiu ações de mobilização para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo nas ruas e nas urnas. As/Os docentes presentes foram contribuindo com as estratégias de enfrentamento coletivo. Na análise da base, a resistência e o posicionamento contundente pelo voto em Lula e Casagrande são de extrema importância nesse momento que antecede o segundo turno.
Foram aprovadas as seguintes ações: mobilização digital, com vídeos das professoras e professores e outros materiais nas mídias digitais, corpo a corpo dentro e fora da Ufes, diálogo com outras universidades e faculdades (estudantes, professores e demais trabalhadores), adesivaço, manifestação pessoal de voto , seja com adesivos, camisetas, entre outras ações. Também foi decidida solicitação para que o Andes-SN mostre a realidades de universidades de outros países dominados pela ultradireita.
Sobre a gravação dos vídeos das/os docentes que serão utilizados na mobilização, a diretoria do sindicato auxiliará com a produção dos materiais, seja com instruções ou com agendamento para gravações na sede do sindicato. Em breve mais informações.
Durante a assembleia, a vice-presidenta da Adufes, Jacyara Paiva, reforçou a importância do enfrentamento, para demarcar o posicionamento do voto em Lula e para não ter medo de se manifestar.
“Nós estamos com medo de sair na rua e vir para a universidade com camisetas e adesivos, então, precisamos estar em uma grande onda. Não pensem que todos os alunos votam no 13. Não votam, porque eles estão em igrejas, sendo extremamente pressionados, mas para eles chegarem até nós, eles precisam ter certeza que serão acolhidos, e precisamos, sim, mostrar, sem medo, em quem nós votamos. Não podemos permitir que esse projeto fascista continue nos amedrontando a ponto de não conseguirmos sair com adesivo nem para trabalhar. A gente precisa se mostrar de forma muito forte e contundente. Precisamos mostrar que não temos medo”, disse Jacyara, durante a reunião.
Ainda no aguardo de assembleia do Sintufes, a Adufes e o DCE Ufes também estão discutindo, em conjunto, uma agenda de atividades para fortalecer a mobilização, como oficina de cartazes, passagem com trio e panfletagem nos bairros no entorno da Ufes, passagem nas salas de aula, entre outras. Essas atividades ocorrerão até o dia 18 de outubro, data em que será realizado um grande ato na capital. Inclusive, representantes do segmento estudantil participaram da assembleia da Adufes. Em breve serão divulgadas mais informações.
A diretora Ana Heckert fez a leitura da nota que a direção do sindicato elaborou sobre Lula e a Casagrande no segundo turno. O documento foi aprovado à unanimidade pela base do sindicato presente na reunião. Confira abaixo a nota:
NOTA DA ASSEMBLEIA DA ADUFES SOBRE O SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES
Nós, da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes), decidimos nos posicionar coletiva e publicamente, a respeito das eleições presidenciais de 2022, pelo voto em Lula para presidente e em Casagrande, para o governo do ES, com o objetivo de derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo nas urnas.
Reafirmando nosso papel de contribuir com o conjunto de entidades de organização dos trabalhadores no processo de construção de um programa autônomo de e para nossa classe e sem ilusões a respeito dos limites do projeto conciliatório que Lula e Casagrande representam, posicionamo-nos pelo voto nesses candidatos diante da temeridade das candidaturas de Bolsonaro e Manato, que desprezam o povo brasileiro e espírito-santense e escarnecem dos pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito, na medida em que explicitamente renegam direitos humanos e princípios constitucionais, e incitam ao ódio e a muitas formas de violência, naturalizando e banalizando mortes, torturas, violações, perseguições, preconceitos, exclusões, desigualdades.
Registramos que o discurso e a sistemática de campanha de Jair Bolsonaro têm-se revelado incompatíveis com os princípios e mecanismos democráticos, pois valem-se de notícias falsas, cultuam o obscurantismo e o negacionismo científico, esquivam-se do debate aberto e franco, manipulam a opinião pública fazendo mau uso de dados estatísticos, lançam mão de estratégias de apelo emocional de natureza moralista, fogem da abordagem racional e devidamente embasada e justificada sobre as grandes questões da vida pública.
Esta declaração não consiste, pois, em alinhamento a partidos e nem em uma adesão irrestrita ao projeto representado pela chapa Lula para a presidência e Casagrande para o governo do ES. Trata-se principalmente de derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo, como ademais definiu o Congresso do ANDES-Sindicato Nacional, e de unir nossos esforços em torno de uma agenda de diálogo sobre o país que queremos construir. A despeito de nossas diferentes posições ideológicas, trata-se de defendermos o direito à dignidade da vida humana, o direito à liberdade de pensamento, manifestação e ação política, o direito a existir em um país em que as instituições civis e os Poderes – esses que, embora historicamente insuficientes, constituem entraves mínimos que impedem a neutralização total de nossa classe – têm sido submetidos a um processo de erosão, que concorre contra sua independência e atuação.
A conjuntura exige de nós o compromisso com a luta para reverter medidas destrutivas que têm sido impostas às trabalhadoras e aos trabalhadores brasileiras/os. O caos instalado, sobretudo a partir de 2018, com a eleição de Bolsonaro, tem como pilares o ultraliberalismo econômico, o fundamentalismo religioso e o neofascismo político, em tudo contrários àquilo que, como trabalhadoras e trabalhadores, defendemos – e é por isso que não podemos nos silenciar diante do avanço da extrema direita, declaradamente representada pelas candidaturas de Bolsonaro e Manato.
Ampliar votos em Lula e Casagrande, neste momento, sobretudo dialogando com eleitores que se abstiveram, votaram nulo ou em outros candidatos no 1º turno, é a única forma de deter projetos autoritários que, reiteradamente, ofendem a dignidade humana, gabam-se de seu racismo, sua misoginia e homofobia, avançam sem pejo na destruição do meio ambiente e no extermínio dos povos indígenas e das comunidades quilombolas; apoiam grupos de extermínio, agudizando nossa condição de dependência e subdesenvolvimento.
Por essas razões, chamamos o conjunto das professoras e dos professores da Universidade Federal do Espírito Santo a rejeitar Bolsonaro e Manato, representantes da extrema-direita, que visam a agravar ainda mais o retrocesso das conquistas da classe trabalhadora, além de permitir o avanço de posturas anti-povo que afetarão diretamente as universidades públicas – haja vista tais candidatos serem declaradamente favoráveis às privatizações, à redução das políticas de cotas e de permanência, à expansão irrestrita da educação à distância, à perseguição e ao cerceamento de tendências pedagógicas progressistas e críticas e ameaçarem, entre outras coisas, o fim de toda e qualquer forma de ativismo: o que, decerto, inclui as nossas lutas por educação pública, laica, gratuita e de qualidade. Diante dos cortes, contingenciamento e desqualificação sistemática do serviço público – e, de modo especial, da universidade – vivenciados nesses quatros anos, não há dúvidas de que a continuidade do governo Bolsonaro significará a destruição completa da universidade pública, da ciência e da tecnologia no Brasil.
A assembleia da Adufes salienta que com este posicionamento não deixará de manter-se atenta, vigilante, autônoma e independente de governos e partidos, mas ressalta que a excepcional gravidade da situação nos exige posicionamento contundente para impedir a expansão da barbárie. Assim, independente de nossas convicções e preferências de voto no 1° turno, agora o voto que defendemos, quase à maneira de um plebiscito entre a democracia e o fascismo, é Lula presidente e Casagrande governador, para que possamos continuar nossas lutas, inclusive a luta sindical.
A assembleia da Adufes manifesta-se, desta forma, em coerência com a história de nossa seção sindical e trajetória de 44 anos, em que sempre esteve ao lado das demandas da sociedade e contra os ataques autoritários e antidemocráticos.
Não aos retrocessos, ao fascismo, ao ódio! Seguimos com coragem e esperança. Em defesa da classe trabalhadora!
Confira fotos da assembleia:
Adufes