Roda de conversa com o movimento negro discute ações para a construção de uma universidade antirracista

Na sexta-feira, 16, a Adufes realizou, na sede do sindicato, em Goiabeiras, Vitória, uma Roda de Conversa com o movimento negro para discutir o tema “Por Universidade antirracista: que universidade queremos?”.

No encontro, foram debatidas as ações para construção de uma universidade antirracista. Entre elas, foi apontada a necessidade de efetivar a educação para as relações étnico-raciais, as políticas de ações afirmativas, a permanência estudantil, os 20% de cotas para docentes negras/os nos concursos da Ufes e as alianças para desenvolver uma política de Estado para a equidade racial.

Participaram da atividade representantes do Centro de Estudos da Cultura Negra no Estado do Espírito Santo (Cecun -ES), do Círculo Palmarino, Coletivo Beco, Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neabi-Ufes), União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro), Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CEPIR), Levante Popular da Juventude, Instituto Elimu Professor Cleber Maciel e do Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes), membros diversos da comunidade acadêmica, docentes da base da Adufes. A diretoria esteve representada pelas professoras Junia Zaidan, presidenta, e Jacyara Paiva, vice-presidenta.

A roda de conversa fez parte das atividades organizadas pelo Grupo de Trabalho Política de Classe, Questões Étnico-Raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) em lembrança ao 20 de novembro (Dia da Consciência Negra), articuladas junto à diretoria do sindicato.

Conforme destaca a vice-presidenta da Adufes, Jacyara Paiva, as 5 atividades do Novembro Negro (que foram estendidas até dezembro) resultaram na movimentação de quase 600 corpos negros na sede do sindicato, algo inédito na história da entidade.

As rodas para o povo negro são a personificação da filosofia africana ubuntu: “Eu sou, porque nós somos”, explica a vice-presidenta.

“O momento da roda para nós negros e negras é o momento da palavra circular, o momento de ensinar e aprender, onde os mais velhos e mais novos imbricam gerações e mais que sonham, realizam o futuro. Desta forma, a roda é significativa demais para o povo negro. Encerrar este ciclo de atividades ouvindo nossos mais velhos e mais novos, as mulheres da comunidade da Piedade falando que Universidade Antirracista desejam, foi uma aula que todo docente deveria ouvir, sejam negros, brancos, índios, amarelos”, avalia Jacyara.

Para a secretária-geral da Adufes, Aline Bregonci, as rodas de conversam destacam a potencialidade do espaço como momento de somar forças para a luta antirracista. “As rodas estão se constituindo como um espaço fundamental de diálogo entre os diferentes segmentos da Universidade, professores, estudantes, técnicos e também com a sociedade, movimentos sociais e professores da educação básica. São essas pessoas que têm frequentado nossas rodas de conversa e contribuído no debate”, pontua Aline.

Cultura! Na abertura da roda de conversa, o Sarau Vozes Negras apresentou poesias sobre resistência, afirmação e amor, com voz e performance das artistas Jeffa Santana e Fell’s Kenstein. No encerramento, a Banda de Congo Panela de Barro de Goiabeiras apresentou a tradição popular das festas de São Benedito.

 

 

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