Ato em Aracruz pede justiça e reparação às vítimas

 

O atentado nazi-fascista a duas escolas de Aracruz completou quatro meses nesse sábado, 25, e a Adufes somou forças a um ato realizado na cidade. A manifestação tinha como tema: “Pela vida das mulheres: por justiça, memória, proteção e reparação às vítimas de Aracruz”.

As/os manifestantes presentes no ato cobraram, por parte do poder público, reparação às vítimas bem como o acompanhamento jurídico e psicossocial, além das necessidades específicas de algumas vítimas que estão em processo de recuperação. A manifestação também foi uma forma de quebrar o silêncio, resgatar a memória das vítimas e cobrar justiça #ParaQueNuncaMaisAconteça.

O ato teve início na Praça da Amizade, próximo à escola (Centro Educacional Praia de Coqueiral – CEPC) em que a estudante Selena foi assassinada, depois foi feita uma caminhada até a escola Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti, local em que foram assassinadas as professoras Penha, Cybelle e Flávia. Foram colocadas faixas, cartazes, flores e bandeiras nos locais.

O ato foi marcado por atividades culturais com apresentação de poemas por uma estudante e uma professora da Escola Primo Bitti. Também ocorreram falas das entidades que integram o Fórum Antifascistas no Espírito Santo e de mandatos parlamentares.

“As falas ressaltavam que essa violência contra as escolas, suas profissionais e estudantes precisa ser enfrentada com medidas eficazes, apontando o caráter misógino e machista desses atentados”, relata a diretora da Adufes Ana Heckert, que, junto da presidenta Junia Zaidan, esteve presente no ato, e representa o sindicato no Fórum Antifascistas do Espírito Santo.

Ana destaca também que “a comunidade escolar demanda muito mais que a pintura de paredes da escola, demanda apoio contínuo, reparação, medidas concretas de monitoramento dos atos nazi-fascistas contra as escolas, apoio financeiro e jurídico aos familiares e às vítimas em processo de recuperação”.

A diretora Ana Heckert ressalta o caráter sistemático dos crimes . “Este massacre em Aracruz não é um ato isolado de violência contra escolas, profissionais e estudantes. Histórias de várias vidas foram destruídas, sonhos, projetos, foram interrompidos. A importância do ato é mostrar ao poder público (Executivo, Legislativo e Judiciário) que são necessárias ações contínuas de monitoramento das células nazistas em ação no ES, como também um plano de cuidado construído com a comunidade escolar, em diálogo com suas demandas e proposições”, ressalta.

Cibelly, Flávia, Penha, Selena, presentes!

Adufes