A Universidade que queremos garante acesso, permanência e inclusão para a população indígena

É importante ressaltar que também há certa omissão da academia que não prioriza a inclusão desta população na universidade

Mesmo quando seus territórios são demarcados, os direitos mais básicos da população indígena no Brasil não estão garantidos. O crime perpetrado contra o povo Yanomami, no norte do Brasil, demonstra que não há proteção garantida diante de políticas anti-indígenas, como ocorreu no Governo Bolsonaro, complacentemente omisso na questão Yanomami, promovendo o genocídio daquela população.

No Dia dos Povos Indígenas (19 de abril) é importante ressaltar que também há certa omissão da academia que não prioriza a inclusão desta população na universidade. As ações são lentas, demonstrando desinteresse político. Para que isso ocorra efetivamente, é necessário fortalecer os cursos voltados para a questão indígena – ampliando e garantindo a permanência para as/os estudantes e as condições de trabalho para docentes – como a Licenciatura Intercultural Indígena Tupinikim e Guarani da Ufes que sofre com inúmeras carências estruturais.

A Educação Básica também têm sido ator omisso. Há uma lamentável cumplicidade com a visão colonial que perpetua a ideia do indígena distante, que só existe na região amazônica. Os Guarani e Tupinikim são povos que vivem em seus territórios, no Espírito Santo, mas que não são considerados importantes na formação escolar no estado, por exemplo. Mas a imigração de povos europeus é celebrada, criando uma narrativa racista de que o estado não teria “avançado” se esse fluxo migratório não tivesse acontecido, desprezando culturas já presentes no território.

É preciso que haja mais pesquisas nesta área e que indígenas estejam à frente delas, avançando do papel de informantes pesquisadas/os para protagonistas dos estudos sobre elas/es mesmas/os, tendo reconhecido o seu direito à formação superior. Esta é a “Universidade que Queremos”!

Adufes