Professores/as da Ufes se reúnem na Adufes para debater a saúde mental da categoria no contexto da precarização do trabalho

Saúde não é ausência de doença, mas um estado global de bem-estar que passa por soluções coletivas para os problemas que adoecem professoras/es, técnicas/os-administrativas/os e estudantes

A Adufes realizou na sexta-feira, 25/08, o debate intitulado “Precarização do Trabalho, Adoecimento e Formulação de Políticas de Saúde Mental”. O diretor da Adufes Alexandre Cunha, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), e o historiador Heribaldo Maia, mestrando em Filosofia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), compartilharam suas análises e perspectivas sobre o assunto com a mediação da professora Mónica Vermes, do Centro de Artes (CAr). A apresentação foi feita pela professora Ana Carolina Galvão, coordenadora do GT Política de Formação Sindical.

Heribaldo Maia, autor do livro “Neoliberalismo e Sofrimento Psíquico: o Mal-Estar nas Universidades”, falou dos problemas de saúde mental que têm abatido a comunidade universitária e sobre as armadilhas do produtivismo. É ele que faz com que colegas compitam entre si em diversas frentes, criando normas que agravam ainda mais o problema e naturalizando medidas do Governo que precarizam o trabalho de todas/os e individualizam a responsabilidade, inclusive pelo próprio adoecimento. Heribaldo ressaltou que as questões de saúde mental têm sido tratadas numa perspectiva econômica visando ajustar o sujeito para que ele se mantenha produtivo e útil ao sistema capitalista.

Saúde

O professor Alexandre Cunha lembrou que saúde não é ausência de doença, mas um estado global de bem-estar que passa por soluções coletivas para os problemas que adoecem professoras/es, técnicas/os-administrativas/os e estudantes. Soluções individualizantes não resolvem uma questão que é da ordem da organização do trabalho e da falta de autonomia da categoria sobre seus próprios processos de trabalho. Alexandre salientou que as/os docentes têm acumulado trabalhos burocráticos diversos diante do aumento de demandas e da quantidade de discentes sem que haja contratação de novas/os técnicas/os e professoras/es em quantidade proporcional.

A realização do debate foi uma iniciativa conjunta dos Grupos de Trabalho Política de Formação Sindical e Política Educacional (GTPFS/GTPE), em colaboração com a direção da Adufes. Este evento está inserido no contexto do curso “A Universidade que Queremos”.

O debate contou com tradução simultânea em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a Adufes ofereceu um espaço de convivência infantil.

Ponto de Encontro

Logo após o debate, foi realizada a edição do “Ponto de Encontro” de agosto. Esta atividade, que se realiza mensalmente, oferece um espaço de convívio para as/os docentes. Desta vez, a trilha sonora foi comandada pelo DJ Comanche, especializado em discotecagem antropofágica.

O projeto “Comanche Bota-Som” liderado pelo DJ tem como propósito reavivar a rica diversidade da música brasileira das décadas de 1960 e 1970, tudo diretamente extraído de vinis.

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