Sindicalizar-se é reconhecer que jamais conquistamos direitos fora da luta organizada!

Confira a história de luta da Adufes 

Quando a negociação coletiva enfrenta impasses incontornáveis, o sindicalismo lança mão de seu instrumento de luta,  a  greve.  Veja como, ao longo de nossa história recente, as instituições federais de ensino superior tiveram na greve a última e única alternativa para avançar nas conquistas de que usufruímos hoje.

  •  1980  – greve que resultou em aumento salarial de 82,25% para servidores públicos federais (SPFs);  aprovação do Novo Plano de Carreira do Magistério Superior das Ifes;  reenquadramento dos/as docentes;
  • 1981 – a greve conquistou reposição salarial de 30% para docentes das Instituições de Ensino Superior (IES) autárquicas; reenquadramento dos/as colaboradores/as discriminados/as; recuo do governo em transformar universidades autárquicas em fundações;
  • 1982- após a greve, o governo recuou no processo de implantação, via decreto, do ensino pago nas universidades federais e da transformação das autarquias em fundações;
  • 1984- a greve se encerrou sem atendimento imediato da reivindicações, mas teve como resultado posterior a reposição salarial de 20% para docentes das autarquias;
  • 1985  – a greve teve como resultado o Novo Plano de Cargos e Salários para as IES fundacionais, com isonomia salarial; algumas categorias do SPF tiveram, em 1986, ganho superior a 50%; liberação de 60 bilhões de cruzeiros para IES fundacionais;
  • 1987 – greve que conquistou a aprovação e regulamentação do Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos (PUCRCE), cuja nova tabela salarial teve efeito financeiro retroativo;
  • 1989 – a greve resultou na reposição salarial de 30% para SPFs; compromisso de liberação de verbas para a manutenção das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), no montante de 453 milhões de cruzados novos; alterações no plano de carreira com incentivo para Dedicação Exclusiva (DE) no caso de docentes do 3º grau; aumento da progressão horizontal de 4% para 5%; autorização de contratação de 760 docentes e de 1340 Técnicos-Administrativos em Educação (TAE); direito à aposentadoria integral;
  • 1991 – greve que provocou o Congresso Nacional a rejeitar da Medida Provisória que excluía docentes e TAEs dos reajustes propostos pelo governo; reajuste salarial de 20% para SPFs e correção da tabela de vencimentos para os/as docentes; novo reajuste com índice que variou de 20% a 48,8%; aumento das gratificações por titulação de 15% para 25% (mestrado); de 25% para 50% (doutorado); gratificação de 12% (especialização); – aumento da Gratificação de 50% para 55%.
  • 1993 – a greve resultou no reajuste de 85% (escalonado); aprovação de política salarial até junho de 1994; isonomia: concedida elevação da GAE escalonada; anistia aos/às servidores/as em greve; 
  • 1994- movimento grevista resultou na decisão do STF de garantir aos SPFs o direito à greve, que deve ser regulamentada pelo Congresso Nacional; movimento resiste à ameaça do governo de cortes de ponto e demissões.
  • 1995 – greve que pressionou pelo recuo no projeto de privatização das instituições públicas, com êxito;
  • 1998 – a greve conquistou a Gratificação de Estímulo à Docência (GED) e adicionais de remuneração aos docentes;
  • 2000  – a greve provocou a interrupção do Projeto de Autonomia do MEC para as Universidades; cancelamento do envio ao Congresso do Projeto de Emprego Público; inclusão da elevação da massa salarial na Lei de Diretrizes Orçamentárias;
  • 2001 – a greve conquistou o reajuste salarial de 12% a 13% no salário base; – 3,5% de reajuste para todos os SPFs; repasse de 60% da Gratificação de Incentivo à Docência (GID) aos professores aposentados; contratação de dois mil docentes em 2002; -criação de grupos de discussão para estudar mudanças na carreira acadêmica, autonomia universitária, entre outros; conquista da eleição direta para diretor-geral dos CEFETs.
  • 2003 – greve contra a PEC 40/03 (Reforma da Previdência), que, embora aprovada, teve modificações que evitaram prejuízos mais graves; avanços na unidade e participação de SPFs das três esferas do governo.
  • 2005 a greve resultou no aumento de R$ 300 milhões para R$ 600 milhões dos recursos para melhorar os salários da categoria;
  • 2008 – a greve obteve  montantes financeiros destinados no orçamento de 2009 (R$790 milhões) para docentes das carreiras de 1º e 2º graus e do Magistério Superior;
  • 2012 – a greve conquistou reajuste dos salários base, variando entre 25% e 40% em relação a março de 2012, dependendo do nível da carreira, parcelados em: 50% em 2013, 30% em 2014 e 20% em 2015; o cargo de titular, antes provido por concurso público como uma carreira distinta, é incluído com uma classe nas carreiras do Magistério Superior e do Ensino Basico, Tecnico e Tecnologico (EBTT);
  • 2015 – a greve resultou no reajuste de 5,5% para agosto de 2016 e 5% em janeiro de 2017;

Sindicalize-se e fortaleça as lutas de nosso tempo!

O movimento sindical é uma luta ético-politica e necessariamente classista, que expressa não apenas nosso projeto enquanto categoria, mas também qual universidade queremos. Nesses 45 anos, nós, Adufes, temos feito enfrentamentos em articulação com o movimento dos TAEs (Sintufes), o movimento estudantil e o Diretorio Central dos Estudantes (DCE), além dos incontáveis movimentos populares. Reafirmamos o traço comum que buscamos uns nos outros e que nos vincula como classe trabalhadora: a luta contra a opressão de quem vive do trabalho, opressão que adquire contornos mais perversos para a população negra, de mulheres, de pessoas LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência (PCD). Faça parte dessa história de lutas!

Eu acho que todo professor deve se filiar à Adufes. Faz parte da própria ética do professor filiar-se. O professor que se filia à Adufes está dando um exemplo aos alunos, um exemplo aos jovens. […] não só filiar-se, mas participar das lutas da Adufes. Então acho que realmente a Adufes é muito importante para a Universidade. […]  Uma coisa é a universidade com a Adufes, outra coisa seria a universidade sem a Adufes.”  (Professor Joao Baptista Herkenhoff primeiro presidente da ADUFES, em 1978)

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