Além disso, também é uma resposta à manutenção do prazo (13 de maio) para envio de relatórios de Iniciação Científica após pedido de adiamento feito pelo Comando Local de Greve (CLG) que não foi respondido
As ações realizadas nos portões do campus de Goiabeiras da Ufes na manhã desta segunda-feira, 13 de maio, são uma resposta ao cancelamento da sessão ordinária do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) que poderia decidir sobre a suspensão do calendário acadêmico. A equipe de trabalho e os insumos do Restaurante Universitário (RU), assim como a Escola Experimental tiveram acesso garantido. Estudantes poderão acessar o RU para que façam suas refeições.
Além disso, nesta segunda, 13, também acontecem em Brasília duas Reuniões Bilaterais no âmbito da Mesa Setorial Permanente de Negociação do MEC, para tratar de pautas sem impacto orçamentário. E no dia 15 acontecerá a quinta reunião da Mesa Específica e Temporária do Magistério Federal, no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, para tratar das pautas negociais que tenham impacto orçamentário. Essas agendas são resultado da pressão do movimento grevista que fez com que o Governo negociasse com a categoria.
O Comando Local de Greve (CLG) Docente defende que o calendário acadêmico da Ufes seja suspenso por entender que essa é a melhor forma de resolver uma série de problemas que estão ocorrendo em razão de chefias que insistem em cobrar tarefas e prazos desrespeitando professoras/es que estão em greve e também comprometendo as atividades estudantis. Nenhuma proposta do CLG pretende suspender ou cancelar assistência estudantil e contratos.
Como a decisão depende de uma deliberação do Cepe, em reunião com o Comando Local de Greve Docente na última segunda-feira, 6 de maio, a Administração Central da Ufes orientou o movimento a encaminhar o pedido ao Conselho, o que prontamente foi feito (confira o Documento avulso n°: 23068.024477/2024-87). Entretanto, na quarta-feira, dia 8, a própria Reitoria suspendeu a reunião do Cepe que aconteceria na sexta-feira, 10 de maio.
O Comando Local de Greve (CLG) ressalta que a Reitoria faltou com a palavra mais uma vez. Apesar de todos os esforços de diálogo que estão sendo realizados, há uma sucessão de acontecimentos que vão na contramão das solicitações feitas e dos acordos firmados. O CLG ressalta, ainda, que uma síntese das solicitações discutidas na última reunião, incluindo a suspensão do calendário, foi enviada na terça-feira, dia 7, à Administração Central da Ufes, antes do cancelamento da sessão do Cepe.
Outras universidades suspenderam
Até o momento, seis universidades já suspenderam seus calendários e em nenhuma das delas houve suspensão de bolsas, auxílios e contratos. Trata-se de uma ação discricionária que beneficia estudantes que farão a reposição de todas as aulas de uma vez e terão direito garantido à avaliação. Além disso, a suspensão reduzirá a exposição da comunidade universitária a variados possíveis assédios, inclusive institucionais, que se proliferam em ambiente cujo clima é de constrangimento entre seus membros e de abuso por parte de chefias.
Iniciação Científica
Com relação à IC, a Administração Central orientou, na mesma reunião de 6 de maio, que a prorrogação do prazo fosse solicitada diretamente à PRPPG. O pedido foi feito prontamente pela Adufes por ofício (confira o Processo digital n°: 23068.024796/2024-92), mas a PRPPG respondeu por e-mail que “essa demanda deve ser requerida diretamente à autoridade máxima da Ufes, no caso o Reitor, via Gabinete do Reitor”.
Já pelo sistema de protocolo, o documento teve algumas idas e vindas antes da resposta por e-mail, circulando de Pró-reitor para Diretor de Pesquisa e, finalmente, o envio ao Reitor. O prazo para entrega das avaliações dos relatórios é hoje, 13 de maio e até agora, não se tem orientação a respeito.
Pautas locais também sem andamento
Desde a deflagração da greve, em 15 de abril, o CLG vem tentando dar andamento às pautas locais em diálogo com a Reitoria. De doze itens destacados pela categoria para debate específico na Ufes, sete sequer foram discutidos com a gestão, uma vez que as próprias condições do direito de greve não estão sendo respeitadas.
Outros cinco itens já foram mencionados nas reuniões com a Administração Central, mas nem mesmo solicitações simples foram atendidas, como: orientação sobre o ponto eletrônico por ofício às docentes do CAp Criarte, posicionamento sobre licenças capacitação que estão em vistas de serem perdidas pelas docentes EBTTs, recomposição da portaria do Grupo de Trabalho que analisa a situação das cotas docentes e reparação em concursos públicos, solicitação aos Departamentos de documentação (quando houver) sobre Planos e Relatórios de Atividades Docentes de 2023.
Machismo e preconceito de classe
Além disso, a Reitoria se comprometeu a apurar as falas proferidas no dia 16 de abril por membro da Administração Central em reunião da Comissão de Interlocução entre a Administração Central e o Comando de Greve Docente da Ufes, com possível troca de membros que representam a Reitoria no grupo, mas nenhum encaminhamento relativo a essa questão foi informado. A situação se agrava ainda mais quando no dia de hoje, o mesmo representante hostilizou os grevistas e avançou com o carro para furar o bloqueio do Portão Norte.
Adufes