Atividades do GTPE e do GTPFS de setembro debateram os rumos que a educação está tomando no Brasil

Pesquisadoras/es das Universidades federais de Santa Catarina (UFSC), de Goiás (UFG) e do Espírito Santo (Ufes), e também da Universidade Estadual de Maringá (UEM), participaram das atividades

O Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) da Adufes realizou duas importantes atividades no mês de setembro. Uma delas foi o minicurso “Desenvolvimento do Psiquismo, Educação Escolar e Plataformização da Educação”, no dia 16. A outra foi a palestra “Novo Plano Nacional de Educação: concessões à vista”, no dia 4, desta vez organizada junto com o GT de Política de Formação Sindical (GTPFS). As ações aconteceram na sede do Sindicato, no campus de Goiabeiras, em Vitória.

Na primeira atividade do mês, o Novo Plano Nacional de Educação foi debatido pela professora Olinda Evangelista e pelo professor Mauro Titton, ambos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com mediação de Fernanda Chiote, 1a. secretária da Adufes. Priscila Chaves, integrante do GTPFS, destaca que, em tempos de flexibilização dos pisos constitucionais e arcabouço fiscal, o Projeto de Lei 2414, em tramitação no Congresso, negligencia e desonera o Estado do provimento das condições de trabalho e formação.

Os debatedores abordaram as linhas gerais do Projeto de Lei, com grande destaque para o papel das avaliações, do monitoramento e da responsabilização como grande mote da política em discussão.

Minicurso

O minicurso “Desenvolvimento do Psiquismo, Educação Escolar e Plataformização da Educação contou com a participação de Adriana Franco (Universidade Estadual de Maringá – UEM), Fernando Lacerda Júnior (Universidade Federal de Goiás – UFG) e Ana Carolina Galvão (presidenta da Adufes) e promoveu uma reflexão sobre as relações pedagógicas entre a virtualização do ensino, a precarização do trabalho das/os professoras/es e a desvalorização da docência.

Fernanda Chiote, coordenadora do GTPE, lembra que o foco do debate esteve na necessária revogação da Portaria 2.217/2019, uma deliberação do Andes-SN. A normativa autoriza a ampliação nas instituições de ensino superior da oferta em EAD em até 40% da carga horária dos cursos presenciais de graduação.

“O minicurso abordou o processo histórico-cultural do desenvolvimento do psiquismo humano, destacando o papel da educação escolar, por meio do ensino, para o desenvolvimento humano em suas máximas possibilidades. Debatemos a natureza do trabalho educativo, a concepção de educação e sociedade, indicando a tecnologia como recurso educativo e a imprescindibilidade de que a relação professor-aluno seja presencial no processo de ensino e aprendizagem, para que a/o estudante se aproprie dos conhecimentos acumulados pela humanidade ao longo da história”, disse Fernanda.

Além disso, a atividade abordou o esvaziamento do ensino por meio de processos autoinstrucionais de educação, que abordam os conteúdos de modo raso e pragmático, o que reduz o trabalho docente à instruções e tutorias. Foi evidenciado o contexto em que a plataformização se expande, especialmente no pós-pandemia com a naturalização do trabalho remoto, na relação com a mercantilização da/na educação e a precarização do trabalho docente cada vez mais acelerado, com demandas diversas que esvaziam e colocam as atividades próprias à docência em segundo plano.

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