Atividade na Adufes discute Reforma Agrária Popular e Educação para uma sociedade justa e transformadora

Os desafios das lutas pela Reforma Agrária e de uma transformação social foram debatidos na Adufes durante a atividade “Reforma Agrária Popular e Educação: 40 anos de luta”, que teve como convidada a coordenadora da Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST, Rosana Fernandes. O evento foi realizado no último dia 07/11, como realização do GT de Política Agrária, Urbana e Ambiental (GTPAUA) e teve como mediadora a professora da Licenciatura em Educação do Campo (Centro de Educação), Débora Amaral.

Durante a atividade, Rosana falou dos 40 anos do MST, resgatando o histórico de sua constituição e resistência no período de ditadura militar e sobre a proposta de reforma agrária popular e educação do movimento. Em seguida, contextualizou as principais lutas do MST, incluindo o direito à terra e o projeto político da reforma agrária – tanto na questão da condição da produção de comida e como a importância de recursos púbicos e crédito para viver bem no campo.

Lembrou ainda que a reforma agrária vai além da terra, devendo incluir infraestrutura, moradia, saúde, lazer, cultura e também a questão das escolas nos territórios e os desafios de garantir uma educação de qualidade dentro das áreas de assentamento. O terceiro pilar, segundo sua fala, é a proposta de transformação para uma sociedade socialista, de luta contra o capital.

Rosana também falou sobre como nesses 40 anos o MST vem se organizando com a classe trabalhadora para tentar alterar essa estrutura de sociedade. Mencionou, ainda, a estrutura organizativa do MST, como organização dos núcleos de base, dos setores do MST, dos centros de formação que o MST tem e suas escolas regionais, trazendo, por fim, o contexto da escola Nacional Florestan Fernandes, coordenado por ela.

“Para finalizar, ela trouxe também o diálogo sobre a preocupação com a consciência agroecológica, livre de veneno, que inclua o cuidado com a natureza, incentivo às cooperativas e agroindústrias e outras questões importantes envolvidas nesse processo”, diz Débora Amaral.

Para ela, a vinda da Rosana nesse momento foi muito importante. “Especialmente para nós, do curso de Licenciatura em Educação do Campo da Ufes, pois esse ano estamos comemorando 10 anos desse curso na Universidade. E a proposta da nossa licenciatura é formar professores para atuar nas escolas do meio rural, do campo, numa perspectiva mais humanizadora, que pense a transformação da sociedade e uma práxis educativa partindo de uma reflexão e uma nova ação transformadora. Então a fala da Rosana veio para fortalecer ainda mais esse nosso compromisso social”, destacou Débora.

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