A Diretoria da Adufes manifesta seu apoio e solidariedade à Professora Drª. Lígia Bahia, que vem sofrendo retaliações político-jurídicas do Conselho Federal de Medicina por comentários feitos em entrevista ao Canal do Youtube Instituto Conhecimento Liberta (ICL). Lígia Bahia é professora da UFRJ e atua de forma exponencial no campo das políticas públicas de saúde e educação, e tem feito um importante e reconhecido trabalho em defesa e valorização do SUS, entre outras ações na área da saúde pública. A professora e pesquisadora criticou o uso da cloroquina durante a pandemia e contestou o posicionamento do CFM contrário à legislação que permite o aborto em crianças vítimas de estupro.
Na ação, o CFM solicita retratação pública e pagamento de uma indenização por “danos morais”.
Ressaltamos que o Andes-SN, ao qual a Adufes se filia enquanto seção sindical, tem posição congressual pela descriminalização (2015) e legalização do aborto (2018). Em 2024, o 67º Conad (Belo Horizonte) também se posicionou contra o PL 1904/24 (que equipara ao crime de homicídio qualquer interrupção de gravidez após 22 semanas) e todas as políticas que atacam os direitos sexuais e reprodutivos. Além disso, participa das ações do Dia Internacional de Luta pela Legalização do Aborto (28 de setembro).
O Andes-SN e a Adufes também não se furtaram a realizar manifestações durante a pandemia sob a insígnia “Fora, Bolsonaro” pela propagação de notícias falsas sobre cloroquina, vacinas e minimização da gravidade da Covid-19, que ceifou a vida de mais de 700 mil brasileiras/os.
Esse tipo de criminalização intolerante e incoerente, que nos últimos anos vem atingindo jornalistas, professoras/es, artistas, lideranças comunitárias, sindicatos, movimentos sociais e a população em geral, deve ser respondida com resistência e veemência, para que absurdos dessa ordem não se perpetuem.
Vitória, 10 de fevereiro de 2025.
Diretoria da Adufes.
Adufes