Plenária local, Assembleia Geral e faixaço marcaram a quarta-feira (16/03) – Dia Nacional de paralisação e manifestações do funcionalismo federal
Logo cedo, faixas com o tema “Reposição emergencial para todos e todas: 19,99% já! ” Foram instaladas em vários pontos da universidade. “O governo não atende às nossas reivindicações. Queremos concurso público, melhores condições de trabalho e reajuste emergencial de 19,99%”, informava a presidenta da Adufes enquanto montava as peças da Campanha Salarial 2022 no campus de Goiabeiras, em Vitória.
Na parte da tarde, a categoria decidiu intensificar a mobilização em defesa de seus direitos. A participação na greve unificada dos Servidores Públicos Federais (SPF) será decidida após nova assembleia geral a ser convocada para a primeira semana de abril. “A categoria vai dar sequência à agenda de lutas e poderá decidir nas próximas semanas pelo movimento paredista”, diz a presidenta do sindicato, Ana Carolina Galvão.
Assembleia da Adufes. Após mais de duas horas de debate, professoras e professores deliberaram que, em razão do calendário letivo e outros elementos necessários à construção do movimento grevista, não paralisarão as atividades no movimento que está sendo construído para o próximo dia 23.
“Motivos não faltam, mas estamos em fim de período letivo e mais do que nunca precisamos nos mobilizar para fazermos uma greve forte”, defendeu um docente durante a Assembleia Geral convocada pelo sindicato. A construção da greve foi aprovada com 63% de favoráveis, 37% de contrárias/os e sem abstenções.
Após a primeira votação, as/os docentes participaram de nova consulta, formulada em consenso pelas/os presentes: “Disposição para construir a greve, sob a condição de rediscuti-la em AG, na primeira semana de abril, em decorrência do calendário letivo da Ufes e os elementos necessários à construção do movimento grevista”. Nessa votação, 61% das/os presentes foram favoráveis, 32% contrárias/os e 7% se abstiveram. Durante a AG, a categoria também aprovou Nota de repúdio à tentativa de contratar docentes terceirizadas/os, por meio de pregão eletrônico, para cobrir a falta de docentes EBTT no CEI Criarte. Foram 88% de favoráveis e 12% de abstenções, sem votos contrárias/os.
Recomposição salarial. A Assembleia da Adufes contou com um convidado especial: Amauri Fragoso, tesoureiro do Andes/Sindicato Nacional. O professor fez um panorama do processo histórico de desestruturação da carreira docente e a luta pela recomposição salarial.
“O cálculo correto para conceder reajustes deveria ser feito com base no vencimento básico e, a partir dele, seriam adicionadas as vantagens, sendo assegurado assim a verticalização da carreira”, destacou o professor, lembrando das perdas históricas na remuneração da categoria docente.
Segundo Amauri, todos os governos burlaram o artigo 37, inciso 10 da Constituição Federal, o qual diz que os salários dos servidores públicos precisam ter revisão anual. “Temos que pensar em estratégias de enfrentamento. Vamos derrotar Bolsonaro nas ruas ou nas urnas”, disse, criticando ainda os cortes impostos às universidades que “retornam agora ao formato presencial com o orçamento de 2010”.
Plenária local. As reivindicações do funcionalismo foram debatidas também em evento organizado por entidades ligadas ao Movimento em Defesa de Direitos e Serviços Públicos de Qualidade. Representando as entidades nacionais estiveram o tesoureiro do Andes-SN, Amauri Fragoso, David Lobão (coordenador geral do Sinasefe e representante do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais – Fonasefe) e Filipe Skiter, da CSP-Conlutas. O coordenador do Sinasefe-ifes, Thalismar Gonçalves coordenou a plenária com a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão.
As lideranças fizeram uma análise da importância da luta unificada que reivindica 19,99% de reajuste, referente à inflação acumulada durante os três anos de governo de Jair Bolsonaro. A presidenta da Adufes frisou que a pauta da Campanha Salarial inclui a revogação da Emenda Constitucional 95 e a derrubada da Proposta de Emenda à Constituição 32. De acordo com Ana, o funcionalismo federal está sem reajuste desde 2017 e amargam perdas salariais desde 2011, acumulando uma defasagem nos salários de, ao menos, 49,28%.
Custo de vida na mira. Felipe Skiter, da CSP-Conlutas, fez uma breve análise da conjuntura internacional, relacionando os impactos econômicos provocados pela guerra entre Rússia e Ucrânia. “Estamos com aumento quase semanal dos combustíveis e a consequente inflação sobre os alimentos”, lembrou, frisando que as trabalhadoras e trabalhadores do serviço público estão sofrendo com salários que estão achatados há vários anos. “Só nesse governo, as nossas perdas chegam a quase 20%.
Adufes