Eleições presidenciais, do Sindicato Nacional, guerra na Ucrânia e ataques às trabalhadoras e trabalhadores, aos serviços públicos e às condições de trabalho da categoria docente também foram debatidos
A primeira plenária temática do 40º Congresso do ANDES-SN aconteceu nesse domingo (27) e abordou a Conjuntura e o Movimento Docente. Os debates foram orientados pelos 14 textos, enviados ao Caderno do Congresso pela diretoria nacional, pelas seções sindicais e docentes da base do Sindicato Nacional. O evento teve início na amanhã deste domingo e ocorrerá até quinta-feira (31) na cidade de Porto Alegre (RS). No dia 1 de abril, as e os docentes participarão do ato “Pelas liberdades democráticas e em defesa dos serviços públicos”.
As autoras e os autores dos textos “Conjuntura e Movimento Docente”; “Fortalecer a CSP-Conlutas e construir um polo socialista e revolucionário como uma alternativa política da classe trabalhadora na luta por um governo socialista dos trabalhadores”; “Em defesa da vida, para além do capital”; “Fora Bolsonaro! Revogar as contrarreformas! Reajuste salarial e recomposição orçamentária! Retorno presencial com segurança!”; “Derrotar o bolsonarismo e resgatar o ANDES-SN – autônomo, classista e combativo”; “Crise econômica e pandêmica: capitalismo descarrega sua crise sobre as costas dos trabalhadores e as direções sindicais e políticas colaboram com capitalistas e governos”; “Contra a barbárie do capital, avançar na luta além da conjuntura e com um programa socialista”; “Crise estrutural do capitalismo: sim ou ainda não? Bolsonaro: destruição em curso das conquistas da classe trabalhadora no pano de fundo das eleições de 2022?”; “100 Anos de luta anticapitalista! Viva a classe operária internacional! Fora Bolsonaro/Mourão! Lutar pelo poder popular e a universidade popular!”; “Voltar a Marx e ao socialismo revolucionário para sair da barbárie capitalista”; “Nas ruas e nas urnas contra Bolsonaro e em defesa da educação pública!”; “A centralidade como instrumento de luta”; “Unidade para derrotar o neofascismo e avançar na defesa dos direitos sociais e dos serviços públicos!”; “Na crise sem precedentes, que lugar o ANDES-SN deve ocupar? Manter o sindicato independente” tiveram 7 minutos cada para apresentar seus argumentos.
Na sequência, respeitando a paridade de gênero, foram sorteadas 20 falas para professoras e 20 falas para professores. A plenária do Tema 1 não é deliberativa, mas é a oportunidade para que os diferentes grupos que se organizam dentro do ANDES-SN apresentem suas posições e análises. Os debates travados nesse domingo contribuirão para orientar as discussões nos grupos de trabalho e as deliberações nas demais plenárias, nos próximos dias de congresso.
A importância da luta travada contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32 durante 2021 e, em unidade com demais categorias dos serviços públicos, e o aprendizado com essa experiência foi destacada em várias falas. Muitas falas também abordaram o processo eleitoral presidencial deste ano e a importância de seguir em defesa do Fora Bolsonaro, nas ruas e nas urnas, sem abdicar da autonomia do Sindicato Nacional frente a partidos e governos.
Muitas das 53 explanações destacaram ainda a guerra na Ucrânia, e em diversos países pelo mundo, a defesa da soberania dos povos, a pandemia de Covid-19 e como a crise sanitária contribuiu para o aprofundamento das crises social e financeira, para a carestia, desemprego e fome.
A importância da resistência das mulheres, de negros e negras, da população LGBTQIA+, de indígenas, quilombolas e ribeirinhas na centralidade da luta do Sindicato Nacional foi destacada em diversas intervenções, assim como a necessidade de enfrentar os ataques à categoria docente e à Educação pública, tanto pelo governo federal quanto pelos governos estaduais.
Para Jennifer Webb Santos, 3ª tesoureira do ANDES-SN que presidiu a mesa da Plenária do Tema 1, os debates ocorridos durante tarde e noite deste domingo se pautaram pela democracia interna que sempre se fez presente no ANDES-SN, permitindo que as diferentes opiniões e posições se expressem e reflitam a pluralidade de ideias da base do Sindicato Nacional.
“Foi uma plenária muito longa, com 5 horas, de debates muito importantes para a categoria e muito diversos também, que expressaram a diversidade que é o ANDES-SN e, principalmente, a democracia que temos no Sindicato Nacional, onde cada seção sindical, cada agrupamento ou uma pessoa apenas pode submeter a esse Congresso o seu pensamento, a forma como lê a conjuntura e o movimento docente. Esse é o momento que expressa o mais profundo da democracia desse sindicato”, avaliou a 3ª tesoureira do ANDES-SN.
A presidenta da mesa da Plenária do Tema 1 ressaltou também a relevância da garantia de paridade de gênero nas intervenções. “Isso significa um avanço no sentido da garantia da fala para as mulheres. É uma grande conquista nossa dentro do sindicato, procurando superar uma hegemonia do patriarcado que também se expressa dentro do ANDES-SN”, disse.
“Avançamos muito porque fomos capazes de escutar uns aos outros com respeito, com disciplina e com aquilo que é fundamental e que constrói o nosso sindicato que é se fortalecer uns aos outros mesmo nas diferenças que possamos ter”, concluiu.
Também compuseram a mesa da plenária do Tema 1 o diretor Markos Klemz Guerrero, 2º secretário da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, e as diretoras Raquel de Brito Sousa, 1ª vice-presidenta da Regional Pantanal, e Ana Lucia Silva Gomes, 1ª tesoureira da Regional Norte 1 do Sindicato Nacional.
Foto capa: Andes-SN
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