Funpresp: Adufes e Andes-SN alertam para riscos; confira

Governo pressiona servidoras/es para que adotem a previdência complementar. O fundo é uma verdadeira armadilha

Cuidado! Sucessivas mudanças na Previdência Social, sobretudo a partir de 2003 – com a Emenda Constitucional 41/03 -, quando o Governo Federal pôs fim ao direito à aposentadoria integral e à paridade entre ativos e aposentados pelo Regime Jurídico Único (RJU), culminaram na criação do Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp), criado pela Lei nº 12.618/2012 que visa a privatização da previdência. O sindicato recomenda que as/os docentes estejam atentas/os, pois a universidade não orienta as/os recém-ingressas/os quanto aos riscos da adesão ao fundo.

A Adufes vem divulgando que apesar da “inscrição automática” para quem ingressou no serviço público federal após 2013, é possível fazer o cancelamento em até 90 dias e receber o valor descontado de seu salário de volta. A suspensão do contrato, no entanto, poderá ser feita a qualquer momento, mas se for após o referido prazo, o docente terá prejuízos, pois não há previsão de ressarcimento, o que torna de suma importância a avaliação dos prós e contras da providência complementar.

Insistência. A União segue utilizando a máquina pública para fazer propaganda do “grande negócio” que supostamente é o Funpresp, a exemplo do bombardeio de mensagens de e-mails às/aos servidoras/es. E em meio à nova rodada de adesões ao fundo, a Adufes reforça a crítica à imposição da previdência privada, que é desrespeitosa e coloca em risco direitos previdenciários do funcionalismo público.

Informem-se sobre os riscos do Funpresp, uma vez que os recursos podem ser utilizados em operações financeiras, à mercê das oscilações do mercado! O Andes-SN e as Seções Sindicais têm lutado para defender o direito à aposentadoria integral e à paridade entre docentes aposentadas/os e em exercício.

A secretária-geral da Adufes, Aline Bregonci, destaca que o sindicato é contra esse modelo previdenciário privatista. “Ele gera desigualdades brutais dentro da própria categoria, além de não trazer nenhuma garantia para as/os trabalhadoras/es de como será a sua aposentadoria”, criticou. Nas últimas décadas, grande parte desses fundos no Brasil foram alvos de denúncias de corrupção. “Apenas a previdência pública e solidária pode trazer segurança para a aposentadoria”, diz, defendendo que é preciso revogar as reformas da previdência desde FHC até Bolsonaro.

Atendimento jurídico. O sindicato oferece atendimento jurídico às/aos sindicalizadas/os sobre variados temas relacionados ao vínculo funcional com a Ufes e também sobre outras pautas, como é o caso do Funpresp. O advogado Jerize Terciano destaca que as/os docentes costumam procurar a Assessoria Jurídica para tirar dúvidas. “A maioria das vezes são questionamentos sobre a relação do fundo com o regime de capitalização. Outra pergunta comum é o valor do benefício que será recebido na aposentadoria”. Jerize reforça que com a previdência complementar a contribuição é definida, mas o benefício, não. “Você sabe quanto paga, mas não sabe quanto irá receber, ou seja, não há qualquer garantia de que a retribuição na velhice seja compensatória à adesão”, salienta.

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