Assembleia Geral da Adufes elege delegação para o 66º Conad e um novo Conselho Fiscal

Além disso, cotas para docentes e desdobramentos da escalada da violência dentro da Ufes foram tratados pelas/os professoras/es presentes

A Adufes realizou nesta quinta-feira, 25, um assembleia geral na sua sede, no campus de Goiabeiras, em Vitória. As/Os docentes presentes elegeram as/os delegados para o 66º Conad, que acontecerá em Campina Grande, na Paraíba, entre os dias 14 e 16 de julho. Além disso, a base aprovou por unanimidade o Parecer do Conselho Fiscal de 2021 e elegeu as/os membros da comissão que vai negociar o reajuste da Unimed e de um novo Conselho Fiscal.

A delegação da Adufes que vai ao 66º Conad tem 12 professoras/es, incluindo a presidenta do Sindicato, Junia Zaidan, que foi eleita delegada. A vice-presidenta, Jacyara Paiva, também irá ao Conad pelo Andes-SN, uma vez que tomará posse como integrante da chapa vencedora da última eleição para a diretoria do sindicato nacional. O grupo é composto, ainda, pelas/os seguintes professoras/es:

Aline Bregonci (CCAE)

Ana Carolina Galvão (CE)

Antonio Rocha (CCE)

Fabiola Alves Coutinho Gava (Colégio de Aplicação Criarte)

Fernanda Binatti (Colégio de Aplicação Criarte)

Iguatemi Santos Rangel (CE)

Ines de Oliveira Ramos (CE)

Lívia Moraes (CCHN)

Priscila Chaves (CE)

Rafael Gomes (CCHN)

Ricardo Behr (CCJE)

Além disso, o novo Conselho Fiscal será composto por Leonardo Dutra (CCJE Titular), Antonio Rocha (CCE Titular), Inês de Oliveira Ramos Martins (CE Titular), Fabiana Gonring Xavier (CCS Suplente), Felipe Berbari Neto (CCAE Suplente) e Rogério Zanon (CCJE Suplente). A comissão que vai negociar o reajuste da Unimed será composta pelas/os seguintes docentes: Ricardo Behr (aposentado CCJE), Antonio Rocha (CCE), Odilea Dessaune (aposentada CE), e Edson Cardoso (aposentado CT).

Violência na Ufes

Durante a Assembleia Geral, a presidenta da Adufes, Junia Zaidan, fez um informe sobre a agressão sofrida por uma estudante de Direito, no CCJE, no dia 10 de abril. O sigilo das investigações caiu e a informação de que a agressão foi feita por outra estudante da Universidade agora é pública. Até o momento a Universidade não anunciou as providências sobre a situação.

A Adufes reivindica que a Administração Central da Ufes realize uma audiência pública com ampla participação da comunidade acadêmica, o instrumento que o Sindicato entende ser o mais adequado para construir uma resposta para as pessoas sobre o que está sendo feito e para encaminhar soluções mais efetivas coletivamente, considerando a escalada da violência em ambientes educacionais em todo o Brasil motivada por ideologia de extrema-direita.

No dia 12 de abril, o Sindicato protocolou, junto com o Sintufes e o DCE, Ofício solicitando a realização dessa audiência pública. No mesmo dia, a Administração Central da Ufes convidou as entidades a integrarem uma Comissão de Combate à Violência na Universidade. A Adufes, por meio de sua diretoria, decidiu não participar no intuito de se manter independente, mesmo contribuindo para que se avance na resolução dos problemas desde que as ações da comissão não se deem no sentido de ampliar o policiamento e armamento, na perspectiva adotada pelo governo do Estado, que inclusive, tem dois integrantes na Comissão.

A Reitoria da Ufes negou o pedido de audiência pública feito pelas entidades. É importante lembrar que na ocasião do ato de violência, houve pânico e as/os estudantes deitaram no chão temendo serem alvejados após a colega ter relatado as ameaças que ouviu em um banheiro do Centro. A Adufes está em diálogo e oferecendo apoio às pessoas impactadas diretamente pelo episódio, entre elas a docente do Departamento de Filosofia que dava aula para a turma de Direito no momento em que o fato aconteceu, e a mãe da estudante que foi agredida, que também é professora da Ufes.

Cotas para docentes

A vice-presidenta da Adufes, Jacyara Paiva, também fez um informe sobre a situação das cotas para docentes na Ufes e destacou que a Universidade até agora não disse como pretende efetuar a reparação ao povo negro pelas vagas que deixou de destinar para professoras/es negras/os. Ela traçou um panorama sobre o descumprimento, que já dura nove anos, pela Ufes da Lei 12.990/2014, que estabelece a reserva de 20% de vagas para docentes negros em concursos, legislação prestes a expirar.

Apesar de a Reitoria finalmente ter apresentado uma proposta para cumprir a Lei, após muita pressão, a Adufes, outros segmentos da Universidade e os movimentos sociais frisam que há uma dívida de quase uma década a ser paga com a população negra.

A minuta enviada pela Instituição inclui não apenas a reserva de vagas para docentes negros, mas também para pessoas com deficiência, abrangendo cargos de professor do Magistério Superior, do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, bem como professor visitante. A proposta, contudo, apresenta lacunas que geraram preocupação, entre elas está justamente a ausência de previsão de uma forma concreta de planejar a reparação pelos nove anos.

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