PPGE da Ufes aprova política de cotas para PPI, PCDs e pessoas trans e travestis

Novas regras já velem para o próximo edital de seleção de novas/os estudantes de mestrado e doutorado, ainda em 2023

O Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Ufes aprovou sua política afirmativa de cotas na seleção de novas/os estudantes nesta segunda-feira, 21. A reserva de vagas abrange os seguintes grupos: pretos, pardos e indígenas – PPI (25%), pessoas com deficiência – PCDs (5%); e transexuais e travestis (5%); totalizando 35% das vagas. O PPGE é o maior e mais antigo programa de pós-graduação da Ufes e está entre os  únicos três programas da Universidade com conceito 6 na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A relevância e excelência do PPGE na Ufes, e também no nível internacional, tornam a decisão importante para toda a Universidade e também configuram um marco no momento em que o programa completa 45 anos de existência.

O coordenador do PPGE, Wagner dos Santos, explica que a medida foi amplamente debatida desde a criação da Comissão de Políticas Afirmativas do Programa. “Fizemos um conjunto de ações para compreender melhor as políticas afirmativas no Brasil. Conhecemos experiência da USP, da Federal de Goiás, e também internacionais, como do México, por exemplo, entre outras. E temos docentes, discentes e egressos na comissão”.

Regra já está valendo

O trabalho resultou na construção de uma resolução própria, que foi aprovada nesta segunda-feira, 21, e que já valerá para o próximo edital de seleção de novas/os estudantes de mestrado e doutorado ainda em 2023.

“Definimos os modos de comprovação, a documentação necessária, o formato para conferência, o modo de distribuição de vagas, que será proporcional para as linhas de pesquisa, que são quatro, considerando a quantidade de vagas. E se não houver inscrição em alguma modalidade de cota, a vaga é redistribuída para outra, evitando a perda da vaga reservada. Além disso, como o processo é unificado, se um candidato inscrito para cotas tiver nota para aprovação na ampla concorrência, ele passa para a ampla concorrência e disponibiliza a vaga que ocuparia por cotas para outra pessoa”, explicou.

Wagner acrescentou que o trabalho das seis pessoas na Comissão de Políticas Afirmativas do PPGE durou um ano e meio e que houve articulação com a Comissão de Políticas Afirmativas do Centro de Educação (CE) que tem participação de movimentos sociais. “Comemoramos essa decisão porque ela foi unânime, demonstrando uma compreensão coletiva do PPGE sobre a importância desta política. E também porque é um marco nas comemorações dos 45 anos do Programa. A próxima etapa de trabalho da nossa Comissão será a política de permanência”, concluiu.

De acordo com a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG) da Ufes, a Universidade conta com 62 programas de pós-graduação, com mestrados e doutorados. O PPGE é o 10º programa a adotar uma política afirmativa para ingresso de estudantes. A abrangência e percentuais variam de acordo com cada programa, uma vez que não existe uma política unificada para a pós-graduação. Contudo, cada programa pode adotar seu sistema de cotas por iniciativa própria.

Adufes