Saúde não se resume à ausência de doenças, mas sim a um estado global de bem-estar. No ambiente universitário, as estratégias para a promoção da saúde nessa perspectiva requerem soluções coletivas para os problemas enfrentados por professoras/es, técnicos-administrativos e estudantes. Particularmente no trabalho docente, a sobrecarga de serviço, cargas horárias extrapoladas e a falta de autonomia da categoria sobre os próprios processos de trabalho têm impactado a saúde das pessoas.
Abordagens econômicas e individualistas das questões de saúde mental, que hoje se proliferam sendo vendidas como a solução, nada mais são do que um movimento de enquadramento dos indivíduos, visando mantê-los produtivos dentro do sistema capitalista, desconsiderando suas necessidades e bem-estar.
Há um cenário de precarização das condições de trabalho e subfinanciamento das universidades federais, institutos federais e Cefets. De acordo com estudo do Dieese, 100% das universidades federais receberam, entre 2010 e 2022, valores inferiores ao necessário para manter o patamar de despesas por matrículas.
De acordo com o estudo, considerando a inflação do período (IPCA médio), a Ufes teve, de 2010 a 2018 (ano de maior recurso empenhado), um incremento de orçamento em 25%. De 2018 a 2022, por sua vez, houve uma redução de 27%. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou, no final de dezembro de 2023, uma nota manifestando indignação com as verbas destinadas às universidades. O Orçamento da União para 2024 foi aprovado pelo Congresso Nacional com recursos destinados ao ensino superior inferiores aos recursos de 2023.
Essa situação é uma das reivindicações feitas pelo Andes-SN ao Governo Federal dentro das pautas da greve da categoria docente que está sendo construída em todo o Brasil. Além disso, a Adufes tem buscado diálogo com a Administração Central da Ufes para reduzir os impactos dessa situação no trabalho docente.
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