Laranjaço da Greve da Educação Federal marca o 1º de Maio na Ufes

No Dia das/dos Trabalhadoras/es, abordagem à população foi para informar que o suco do orçamento federal vai para escolhidos do alto escalão do funcionalismo, enquanto estudantes, professoras/es, e técnicas/os administrativos ficam com o bagaço da laranja

Nesta quarta-feira, 1º de maio (Dia das/dos Trabalhadoras/es), foi realizado o Laranjaço da Educação Federal, que está em greve. O ato aconteceu na avenida Fernando Ferrari, em frente ao campus de Goiabeiras da Ufes, com distribuição de laranjas e panfletagem com o objetivo de chamar a atenção sobre como a Educação Federal está sendo tratada na distribuição dos recursos da União. A concentração foi em frente ao Teatro Universitário onde houve oficina de cartazes e organização de materiais e laranjas para entrega à população com a participação das diretorias e da base da Adufes e do Sinasefe Ifes – sindicatos que organizaram juntos a manifestação – além de estudantes, parlamentares, e representantes de entidades e partidos.

O recado foi dado: a educação federal não aceitará ficar com o bagaço da laranja! Além da entrega de panfletos e laranjas, nas abordagens feitas com as/os ocupantes de veículos nos semáforos e com pedestres nas calçadas foi explicado que a Ufes e o Ifes, e o conjunto da Educação Federal em todo o Brasil, estão em greve. E que não podem ser tratados pelo Governo com desrespeito, uma vez que a União entrega o suco do orçamento federal para alguns escolhidos do alto escalão do funcionalismo e deixa estudantes, professoras/es, e técnicas/os administrativos das instituições federais com o bagaço da laranja.

Também foi realizado um ato, após a ação na avenida, na frente do Teatro, quando representantes das diversas entidades presentes falaram ao microfone, abordando a pauta da manifestação e conclamando a participação das categorias na greve. Estudantes do Ifes Campus de Montanha e estudantes de São Mateus também estiveram na manifestação e falaram sobre a percepção que têm do movimento, assim como as razões que os levam a apoiar e se juntar à mobilização.

Reivindicações

Uma das reivindicações centrais do movimento grevista é a recomposição dos orçamentos das instituições federais de ensino, mas em nenhum momento das negociações o Governo Federal acenou com alguma proposta que aponte uma solução para este problema que prejudica especialmente as/os estudantes e as comunidades atendidas.

Recomposição

Além disso, na última reunião de negociação com as categorias (19 de abril), o Governo Federal continuou insistindo em 0% de recomposição salarial em 2024. Como contrapartida, prometeu 9% apenas em 2025 e 3,5% para 2026, tanto para docentes quanto para TAEs de institutos e universidades federais.

Docentes federais das universidades e dos institutos reivindicam recomposição de 22,71% (total); e as/os TAEs pedem 34,32%. Vale ressaltar que as categorias NÃO reivindicam aumento real nos salários, mas apenas a recuperação das perdas inflacionárias.

A proposta de valores de reajuste dos auxílios foi mantida. Entretanto, esses aumentos deixam de fora aposentadas/os e não atendem à reivindicação de equiparação às categorias do serviço público dos poderes Legislativo e Judiciário.

Greve da Educação Federal cresce rapidamente

Até 27 de abril, 42 universidades e outras instituições federais com seções filiadas ao Andes-SN – a Adufes é uma delas – haviam aderido à greve, incluindo as que deflagraram e as que definiram data para deflagrar. Na mesma data, 74 seções do Sinasefe Nacional haviam deflagrado greve. Os números mostram crescimento acentuado da Greve da Educação Federal, uma vez que desde o início da greve os números do pularam de 21 instituições em greve para 42. No Sinasefe, esse número passou de cerca de 300 unidades paralisadas para mais de 520.

Confira as pautas nacionais conjuntas da Educação Federal:

  • Restauração do orçamento das Instituições Federais de Ensino;
  • Ampliação dos programas de assistência estudantil;
  • Revogação do novo ensino médio;
  • Melhoria das condições de trabalho;
  • Fim de assédios moral e sexual nas IFES;
  • Recomposição da força de trabalho por meio de concurso público;
  • Autonomia e democracia universitária;
  • Criação de condições efetivas que garantam a unificação entre ensino, pesquisa e extensão;
  • Revogação da Portaria MEC 983/2020 e de qualquer forma de controle de ponto da categoria docente;
  • Arquivamento da PEC 32/2020 e de qualquer outra contrarreforma administrativa que siga suas diretrizes;
  • Reestruturação das carreiras docente e de técnicas/os administrativos;
  • Recomposição salarial e pela data base;
  • Fim da contribuição previdenciária de aposentados/as e pensionistas.

Confira fotos do ato (galeria completa no Facebook da Adufes):

Adufes