Foi realizada nesta terça-feira, 1 de abril, a sessão solene de cassação dos títulos de Doutor Honoris Causa dos ex-presidentes Emílio Garrastazu Médici e Humberto de Alencar Castelo Branco, e também do ex-ministro da Educação Rubem Carlos Ludwig, todos integrantes da ditadura militar-empresarial que oprimiu o Brasil por mais de 20 anos. A Adufes esteve presente representada por sua vice-presidenta Jeffa Santana.
O Conselho Universitário (CUN) da Ufes foi o realizador da sessão que aconteceu no Cine Metrópolis, no campus de Goiabeiras. O processo de cassação teve seu início na sessão do Conselho do dia 1 de abril de 2024, após o professor Maurício Abdalla, representante docente no CUN, cobrar providências quanto ao caso e depois de a Ufes ser acionada pelo Ministério Público Federal (MPF). Abdalla foi escolhido relator da matéria e seu relatório foi aprovado durante sessão do Conselho no dia 27 de fevereiro de 2025, efetivando a cassação dos títulos. Na ocasião, também foi definida a realização desta sessão solene na data que marca o Golpe de 1964 (1 de abril), registrando simbolicamente a medida.
O relatório da Comissão da Verdade da Ufes já havia sugerido, em 2017, que a Ufes efetivasse esta cassação como uma das medidas a serem tomadas a partir das revelações que o documento trouxe. Desde então, a recomendação nunca havia sido seguida pela Universidade.
Desde junho de 2017, a Reitoria da Ufes também mantinha sem resposta um pedido do Comitê Estadual de Prevenção e Erradicação da Tortura (Cepet) para efetivar a cassação. O professor do CCHN Maurício Abdalla, que era representante docente no CUN também em 2018, registrou cobranças junto à Administração Central da universidade quanto às providências relativas ao pedido do Cepet, órgão formado por representantes do Estado e da sociedade civil, incluindo a Ufes.
Na ocasião, Abdalla ressaltou que a homenagem mantida a membros da ditadura empresarial-militar contrariava princípios democráticos e de direitos humanos. Contudo, o pedido não foi encaminhado ao Conselho Universitário na época, o que só aconteceu em 2024, resultando na cassação em 2025.
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