O contingenciamento orçamentário adotado pelo governo federal já tem refletido na Ufes e causado preocupação na comunidade acadêmica. No Centro Universitário Norte, em São Mateus, as queixas são muitas. No início do mês, 40 trabalhadores terceirizados que atuavam na área de limpeza foram demitidos. O professor Breno Nonato, do Departamento de Ciências Naturais, denuncia outro problema preocupante: a falta de segurança.
Restrição das aulas de campo. Devido aos cortes, a estudante de Agronomia Luana Vitória já está impossibilitada de participar de atividades acadêmicas. Segundo ela, falta de tudo um pouco: de produtos de higiene a aulas práticas de campo.
Monitoria voluntária. Em São Mateus, a comunidade acadêmica já foi informada que poderá haver cortes nas bolsas de monitoria a partir de agosto e não faltam críticas quanto a oferta apenas de monitoria voluntária. A professora Marcia Helena Velloso, do Departamento de Química, lastima a possibilidade de ministrar aulas sem monitores, pois eles ajudam a garantir a eficiência e a segurança das atividades.
Os problemas relacionados à falta de recursos já atingem os Restaurantes Universitários da Ufes. As carnes e saladas já foram reduzidas e a sobremesa eliminada, mesmo assim o valor da refeição deve sofrer novo reajuste em breve. No RU do Ceunes, alunos ainda convivem com sujeira e esgoto a céu aberto. Paulo Roberto Pereira, do Diretório Acadêmico 17 de Março do Ceunes, relata preocupação quanto à falta de estrutura do campus.
Em Alegre, sobrecarga de trabalho. A situação caótica é enfrentada também pela comunidade do campus de Alegre, no Sul do ES. Aparelhos de ar condicionado não funcionam, faltam salas para docentes recém-chegados, livros na biblioteca para várias disciplinas, além de computadores, impressoras e data show.
Em muitos departamentos, os professores costumam administrar três ou mais disciplinas de conteúdos distintos por semestre. Há casos de professores cuja carga semanal chega a 16 horas, sem contar com as tarefas administrativas.“O número de Professores e técnicos é insuficiente para todas estas demandas, provocando problemas de saúde tais como depressão e doenças cardíacas”, desabafou um docente do campus de Alegre.
Na Ufes, os investimentos previstos para 2017 eram de cerca de R$ 79,6 milhões, mas o governo limitou em R$ 50 milhões. “A nossa luta é para que a Educação, bem como a Saúde, e outras áreas essenciais sejam prioritárias e não tenhamos qualquer corte”, defende o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto.
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