Por uma universidade livre de machismo!
O Movimento Mulheres em Luta (MML) vem, por meio desta, repudiar os atos de assédio moral e sexual denunciados por alunos da graduação e da pós-graduação, bem como pedir apuração no recente caso de tentativa de feminicídio na Universidade Federal do ES. Destacamos que todo e qualquer tipo de abuso, agravado pela manipulação através das relações de poder instituídas na academia, são absolutamente inaceitáveis. Na universidade deve prevalecer a democracia com senso de justiça, talvez de maneira ainda mais especial, pois é o espaço de construção e autorreflexão da sociedade, portanto esse tipo de abuso é inadmissível.
Os assédios, principalmente contra as mulheres, não são episódios isolados, pelo contrário, se constituem como práticas de opressão, machismo, sexismo e misoginia, racismo que precisam ser enfrentadas de forma efetiva pela administração da universidade. Tais práticas ferem não apenas a ética das relações educacionais, mas o próprio processo de construção científica e a responsabilidade da instituição na formação.
Em um espaço que deveria ser de construção de conhecimentos socialmente referenciado, tem se constituído como local de medo, onde a cada dia nos perguntamos: quem será a próxima ou o próximo? Esse cenário é intensificado pela falta de seriedade, transparência e prioridade de apuração pelas instâncias da universidade.
Dar voz as mulheres, cobrar das instâncias a devida apuração, responsabilizar os agressores e promover efetivo combate à violência e assédios na UFES é mais que urgente. Exigimos que o reitor Reinaldo Centoducatte realize um amplo debate com a comunidade acadêmica sobre um modelo de segurança que atenda às especificidades e demandas da universidade, sobretudo das mulheres.
Vitória, 14 de março de 2019.
Fonte: MML/ES