A Diretoria da Associação dos Docentes da Ufes critica em Nota a postura da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPPG) de “encorajar” o uso de ferramentas on-line para bancas e trabalhos de pesquisa durante a pandemia do Covid-19.
Na página da PRPPG, o uso de ambientes virtuais é mencionado mais de uma vez e os programas de pós-graduação estão repassando a orientação a docentes e estudantes. Segundo a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, “Ao incentivar o uso de ambientes virtuais de pesquisa, a PRPPG reforça a precarização das condições para a pesquisa nas universidades e projeta uma imagem de normalidade em momento de aguda crise, em que nem toda(o)s as/os docentes e pesquisadora(e)s possuem condições para o trabalho remoto, sobretudo aquela(e)s que cuidam de pessoas no grupo de risco”.
O Ministério da Educação emitiu em 19 de março a Portaria n. 36 que, apesar de não impedir defesas com o uso de ferramentas on-line, apenas recomenda que os programas avaliem essa possibilidade.
De acordo com a vice-presidenta da Adufes, Aline Bregonci, “não devemos abrir mão dos trabalhos presenciais, pois nos últimos anos a pós-graduação tem sofrido muitos cortes, o que tem inviabilizado as bancas com membros externos de forma presencial”. Para ela, se a prática da videoconferência se tornar ainda mais corriqueira, certamente o ensino público sofrerá prejuízo. “Teremos mais cortes, pois nós mesmos estaremos endossando a possibilidade de trabalhar com o mínimo de qualidade”, finaliza.
A Adufes termina a nota conclamando a PRPPG a fazer os enfrentamentos pela universidade pública, que, neste momento, se indistinguem da luta do conjunto da classe trabalhadora. “Não podemos reforçar estruturas que incidem diretamente (a curto e a longo prazo) sobre os interesses dos conglomerados privados de Educação”.
Nota da Adufes AQUI
Fonte: Adufes