Madrepérolas aos poucos

(Ficcionalizando uma reunião de formação de Ensino Remoto. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência)

  1. Para transposição de seus cursos para a modalidade EARTE (Ensino Aprendizagem Remoto Temporário Emergencial), seja Eartista! Diagnostique, objetive, use ferramentas, instrumentos de comunicação, e planeje o processo de avaliação. Você é capaz, busque mais informações na internet, “lembre-se que outras universidades já estão trabalhando nessa modalidade desde março”;
  2. Valorize as trocas entre colegas, todos estamos aprendendo com esse momento. Vá em frente com muita motivação, caso precise de auxílio, escreva um e-mail para o xxx.xxxxx@xxxx.br;
  3. Se tiver sugestões, formalize-as via plataforma digital;
  4. Sobre as ferramentas: o Google meet funciona muito bem, desde que não haja estudantes com deficiências (por isso é importante um bom diagnóstico!). Caso haja estudantes com deficiências (na turma), uma boa alternativa é o zoom (você pode fazer uma assinatura de apenas 14 dólares mensais, mas funciona — os instrutores têm boas indicações);
  5. Avise os alunos (insista, escreva no plano de aula que não podem divulgar as aulas sob pena de responderem legalmente por seus atos (caso eles divulguem, pois nesses tempos de fake news tudo é possível, né?, procurem a justiça brasileira;
  6. As disciplinas poderão ser ofertadas, de forma compartilhada, por até 14 professores (não foi falado ainda como essa carga horária será computada, nem tampouco quantos estudantes por disciplina. Aguarde maiores informações;
  7. Faça perguntas com tempo de 1 minuto para resposta! Não esqueça do prazer de dizer: “tempo esgotado!”, afinal, “a vida é um jogo” (não sei quem falou isso)
  8. Para indicar conteúdos aos alunos utilize o método sincrônico Google drive e Google classroom (veja vídeos oferecidos pela xxxxxx);
  9. Uma coisa muito importante! O tempo na internet não é o mesmo. Sendo assim, seminários em grupo devem ser estimulados, mas não podem ser de 30 minutos ou mais. Seminário, na internet, é 3 a 5 minutinhos, gente! (Não admira se passarem a conceder 5 minutos de manifestação (em reuniões) para as associações docentes, afinal, os tempos são outros);
  10. A avaliação pode ser diagnóstica, formativa ou somativa (De certa maneira, você já faz isso no ensino presencial);
  11. Direitos autorais (para consternação geral): não valem apenas para publicações. No caso das artes, por exemplo, vocês têm que pensar na liberação das imagens (- E dos vídeos, lembrou bem uma professora!). E agora, José? Sem publicações, sem imagens, sem vídeos? Resposta da instrutora: “crie seu próprio conteúdo! Você é capaz!”
  12. Por causa dessas questões de conteúdo, um professor sugeriu que a UXXX disponibilizasse todo o conteúdo de suas dissertações, teses e livros (da editora universitária) para que os professores da instituição utilizem livremente em seus cursos (comentário: a vantagem dessa ação é que já se transfere espontaneamente ao Google e aos outros conglomerados de educação esses conteúdos, cumprindo assim uma função social. “O brasileiro é bonzinho”, já dizia Kate Lyra);
  13. Lembre-se: “A tecnologia não é ‘o’ fim (grifo nosso), é ‘o’ meio”! “Venceremos essa etapa com saúde, se Deus nos permitir!”. Um professor questionou que estava numa universidade laica, a questão ficou no ar!
  14. Num dos Centros da Universidade, tivemos o privilégio de contar com a participação de membros da administração Central! Mas os docentes não ficaram inibidos ou intimidados, tudo transcorreu num clima de convivialidade, próprio das interações virtuais!
  15. Ah, ia esquecendo! Um professor lembrou que em outras universidades estão ofertando pontos extras a estudantes que abrirem suas câmeras durante as aulas síncronas (questionou-se por 2 minutos, um tempo razoável para os meios virtuais, a eticidade dessa ação).

Fim

*Jorginho da Adelaide – (O nome do autor desses apontamentos também é fictício. Inspira-se em Luis Fernando Veríssimo e Gregório Duvivier)

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