O encontro foi realizado no último dia 12 e recuperou assuntos já tratados em 41 interpelações do sindicato dirigidas à reitoria desde o início da pandemia. Leia ofício com todos os pontos discutidos.
Condições de trabalho e do ensino remoto foram alguns dos assuntos apontados durante reunião, que ocorreu de forma virtual. Na ocasião, foram solicitadas também as providências quanto ao acesso às sessões dos Conselhos (Universitário – CUn e Ensino, Pesquisa e Extensão – Cepe), conforme previsto em suas Resoluções e no Regimento Interno do CUn.
O sindicato também pediu que a universidade realize plenárias virtuais com a comunidade para discutir pautas de interesse coletivo. A Adufes, inclusive, ofereceu a plataforma que vem utilizando para assembleias e encontros que permite a participação de até 10 mil pessoas. Estiveram no encontro a presidenta da Adufes Ana Carolina Galvão, a vice-presidenta Aline Bregonci, a secretária geral Junia Zaidan e o diretor Edson Cardoso. Pela administração central, o reitor Paulo Vargas, o vice-reitor Roney Pignaton e a chefa de gabinete, Zenólia Figueiredo.
Reforma Administrativa. Na oportunidade, a Adufes reforçou a necessidade de sessão pública do CUn para se manifestar contra as propostas de reforma administrativa (PEC 32/2020) e de corte orçamentário da educação para 2021, bem como sobre as Portarias 433 e 434; que preveem a ampliação da oferta dos cursos de nível superior, na modalidade de Educação à Distância (EaD), nas universidades federais.
O mesmo pedido já havia sido apresentado pelas entidades (Adufes, Sintufes e DCE) em sessão do Conselho Universitário, no final do mês de outubro. Diante dos questionamentos, o reitor Paulo Vargas garantiu que fará debate público sobre os temas. No último dia 17 foi realizada uma primeira reunião com as entidades e a sessão pública será realizada dia 3 de dezembro, às 14h. A Adufes divulgará mais detalhes em breve.
Earte. A diretoria levou sua preocupação em torno das queixas sobre o Earte. A presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, disse que muitos docentes têm procurado o sindicato para relatar o aprofundamento da precarização das condições de trabalho. A Resolução 30/2020 do CEPE, que aprovou o Ensino-Aprendizagem Remoto Temporário e Emergencial (Earte) na graduação estabelece que a Ufes, “deverá disponibilizar toda a infraestrutura necessária ao docente para a oferta das aulas síncronas e assíncronas”.
Para contribuir nessa discussão, a Adufes encaminhou em agosto, ao reitor, à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) e ao CUn documento sobre as condições mínimas necessárias para o trabalho remoto, em tempos de pandemia. Contudo, o documento não foi apreciado nem pela reitoria e nem pelo CUn.
O vice-reitor Roney Pignaton, disse que há registro de poucos problemas com as aulas remotas e que “os centros têm dado conta de prover as necessidades dos docentes”. A secretária geral da Adufes, Junia Zaidan, argumentou que o modo como a Administração tem conduzido as questões do Earte faz presumir que as condições estejam garantidas e que, em caso de problemas, basta que as/os docentes se reportem ao centro. “Essa orientação tende a desresponsabilizar a universidade, transferindo questão para o nível individual”, disse Junia, defendendo que haja definições mais detalhadas, por parte da Administração Central, a respeito da estrutura e condições de trabalho que precisam ser garantidas.
Comissão. Paulo Vargas comunicou que a Ufes já criou a comissão de acompanhamento e avaliação do ensino e trabalho remoto – prevista na Resolução CEPE nº 30/2020. Para ele, “os professores e professoras estão tendo dificuldades, porque não estão acostumados com o ensino online”. Com a afirmação, Vargas ignora o debate pedagógico e limita a questão do ensino remoto a possíveis adaptações ao uso de novas tecnologias.
O diretor Edson Cardoso insistiu para que o Earte seja pensado do ponto de vista didático-pedagógico. “Para além da questão tecnológica, a universidade tem que ter uma avaliação do processo de interatividade entre aluno-professor. Relatos mostram essa relação têm sido zero”. Ele pediu a divulgação do resultado do trabalho da comissão antes que seja concluído o semestre. “É importante a avaliação da comunidade sobre o ensino remoto para programar o novo período letivo”.
Frequência. A Adufes demandou à Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) que oriente as chefias a não solicitar registro de frequência dos docentes no Sistema de Registro Eletrônico de Ponto (SREP). “Pelo menos quatro centros diferentes estão fazendo essa solicitação aos docentes”, assegurou Ana Carolina. Alegando desconhecimento de tais fatos, o reitor pedirá à Progep que envie orientações aos centros.
Avaliação. “A Adufes já interpelou a Ufes 41 vezes, sem contar as intervenções realizadas de forma conjunta com Sintufes e DCE. Foram pedidos dirigidos aos Conselhos Superiores, Reitoria e Pró-Reitorias, tratando dos direitos trabalhistas da categoria, além de outros temas de interesse de toda a comunidade acadêmica, como a suspensão do calendário e o ensino remoto”, frisou Ana.
Ela lembrou que a maioria dos pontos discutidos na reunião são solicitações já apresentadas por meio de ofícios. “O esforço do sindicato está em levar a universidade a discutir temas que movimentam toda a comunidade”, disse, ressaltando que a própria adoção do ensino remoto, numa votação apertada, teve a participação da Adufes por meio das inúmeras intervenções realizadas.
Fonte: Adufes