Uma cerimônia representativa marcou em 12/12/2013 a posse da nova diretoria da Adufes. Um dos compromissos da nova gestão é lutar pela qualidade do trabalho docente combatendo o produtivismo acadêmico. “Como conseqüência desta cobrança por produção e por prazos, há a precarização do trabalho e o adoecimento dos professores”, diz o novo presidente da Adufes, Edson Cardoso.
Quais as principais metas da nova gestão? Citamos, inicialmente, quatro metas que vamos seguir com afinco: luta por salário, carreira e condições de trabalho; paridade e isonomia entre docentes em exercício e aposentados (as); autonomia regimental aos campi de Alegre e São Mateus e profissionalização do convênio junto à UNIMED.
Qual deve ser o papel da Adufes como entidade sindical? O papel do sindicato está centrado na qualidade do trabalho docente. A Adufes defende condições adequadas para o bom desempenho do trabalho acadêmico, bem como a indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão. Defende a Educação como um bem público, com uma política educacional que atenda às necessidades populares e ao direito ao ensino público, gratuito, democrático, laico e de qualidade para todos.
Uma das críticas feitas à luta sindical é a baixa mobilização, ilustrada em assembleias vazias e a fraca discussão política no meio docente. O que será feito para trazer a categoria de volta às assembleias e à luta sindical? Este é um dos nossos grandes desafios: a mobilização. E vamos dialogar com os docentes de todas as formas: pelos jornais impressos e boletins, site, redes sociais e, principalmente, fazendo contato direto com os professores em seus locais de trabalho. O Conselho de Representantes (CR), inclusive, terá uma atuação mais ativa e participativa na atual gestão. Além disso, vamos reativar os grupos de trabalhos (GTs) locais para discussão das políticas, lutas e bandeiras do movimento docente.
Na sua avaliação, quais são os principais problemas enfrentados pelos professores nos dias de hoje? Em nossas visitas, no período eleitoral, sentimos como os professores estão desamparados e desassistidos em seus locais de trabalho. Constatamos falta de laboratórios, de pessoal técnico-administrativo, burocracia e salas de aula sem condições mínimas. Aliado, temos às imposições da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) de produção (ou produtivismo) de pesquisa. O resultado disso tudo é o adoecimento dos professores por estresse e outras doenças. Vamos lutar para garantir condições dignas aos docentes e para definir políticas democráticas de ensino, pesquisa e extensão.
E como será a batalha contra projetos de lei que ameaçam a carreira? Nosso projeto de carreira foi ignorado pelo MEC durante a última greve (2012). A batalha continua. Daí a importância da participação docente no GT sobre Carreira e em outros espaços de discussão da Adufes.
Como será o diálogo da Adufes com as demais categorias da universidade e com outros sindicatos e movimentos sociais? Vamos estreitar relações com o SINTUFES e o DCE e estabelecer diálogo e aproximação com os movimentos sociais e outros sindicatos. Também queremos fortalecer a Central Sindical e Popular (CSP Conlutas) no Espírito Santo.
E como será a relação da Adufes com a reitoria? Será pautada pelo diálogo e autonomia, sem submissão à Administração Central.
Qual a mensagem da atual diretoria para os professores? A atual diretoria se propôs a assumir a urgente tarefa de construção coletiva de um sindicato autônomo, transparente, forte e presente no dia a dia da categoria. E só com participação dos filiados atingiremos nossos objetivos.
Fonte: Adufes