Durante a carreata foi protocolado um abaixo assinado com quase 8 mil assinaturas
A Adufes participou na tarde dessa quarta-feira (27) da Carreata “Volta às Aulas Presenciais Somente com Vacinação”. O sindicato se uniu a cerca de 20 entidades da sociedade civil na manifestação, explicitando o posicionamento contrário ao retorno das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas da educação básica, previsto para fevereiro, sem que haja imunização da comunidade escolar contra a Covid-19. A concentração da carreata foi às 14h, no Tancredão, na Ilha do Príncipe. De lá, seguiu rumo ao Palácio Anchieta.
Na sede do Governo do Estado foram colocadas dezenas de cruzes na entrada principal, além de um caixão. Dessa forma, foi denunciado que, neste momento, retornar às aulas presenciais é um atentado à vida de profissionais da educação, estudantes e suas famílias. “É fundamental registrar que o retorno presencial não é somente uma irresponsabilidade, um descaso. É algo que se alinha com uma política de genocídio, de morte”, diz a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão.
Ana Carolina defende que a participação da Adufes na carreata está em consonância com a luta sindical no âmbito do Andes-SN, que tem como alguns de seus princípios a luta pela educação pública, gratuita e de qualidade em seu conjunto, além dos direitos de toda a classe a trabalhadora.
Durante a carreata as entidades também protocolaram no Palácio da Fonte Grande, Centro de Vitória, um abaixo assinado com cerca de 8 mil assinaturas, que reivindica o retorno das aulas presencias somente depois da vacinação.
Algumas das entidades que participaram do ato são o Movimento Sobreviva Brasil-ES, os coletivos Resistência & Luta Educação, Luta Unificada dos Trabalhadores da Educação do Espírito Santo (LUTE-ES) e Educação Pela Base. A professora Ana Paula Rocha, do Educação Pela Base, salienta que “não há possibilidade de segurança para professores, para a tia que faz a merenda, para as mulheres que fazem a limpeza. Mesmo com a ampliação da necessidade de limpeza, o que a gente viu foi a redução de pessoal, redução de salário”, denuncia.
Greve Sanitária
Entre as entidades que participaram da carreata, algumas fazem uma reflexão sobre a possibilidade de greve sanitária caso as escolas públicas e privadas da Educação Básica insistam no retorno presencial. Demian Cunha, do LUTE-ES, explica que isso diz respeito, inclusive, ao chamado ensino híbrido, por meio do qual 50% das/os estudantes comparecem à escola e outros 50% assistem às aulas de forma remota, alternando-se a cada semana. A greve sanitária é proposta quando há um risco à saúde ou segurança do trabalhador presente no ambiente de trabalho, mas não significa ficar sem trabalhar e sim, trabalhar remotamente, como já foi feito durante todo o ano de 2020.
A greve sanitária também tem sido debatida no âmbito da educação superior. Em dezembro, na reunião conjunta dos setores das Instituições Federais de Ensino (Ifes) e Instituições Estaduais e Municipais de Ensino (Iees/Imes), as/os docentes encaminharam uma rodada de assembleias gerais nas bases até o dia cinco de fevereiro, com o objetivo de organizar uma greve sanitária, aprovada no 9º Conad Extraordinário do ANDES-SN, caso o governo Bolsonaro (sem partido) insista no retorno presencial.
Adufes