A barreira foi montada nos dois portões (norte e sul) que permitem o acesso de veículos ao campus de Goiabeiras/Ufes. Um trabalhador acabou sendo atropelado por um motorista em uma das cancelas.
O protesto dos servidores técnico administrativos tem como objetivo chamar a atenção da Reitoria e do Governo Federal para as reivindicações da categoria, em greve nacional há 62 dias. Revoltado com a barreira, um motorista de um Pálio tentou furar o bloqueio e acabou atropelando um trabalhador que foi socorrido no Hospital São Lucas, em Vitória. O atropelamento ocorreu por volta de 6 horas.
“O rapaz se identificou como sendo estudante e alegou que não ia deixar o carro do lado de fora da universidade porque temia ser assaltado”, diz o técnico-administrativo vítima do atropelamento. O trabalhador fraturou o braço esquerdo e mesmo engessado retornou para a barreira. “A nossa luta é árdua e vamos continuar brigando pelo que queremos”, lembra.
Vigília. A manifestação faz parte de uma série de ações visando cobrar do governo a abertura de negociação em torno da pauta de reivindicações da categoria que está em greve desde 17/03. No final da tarde da última sexta-feira, 16, o Comando Nacional de Greve (CNG) da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores técnico administrativo em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil) recebeu um documento do Ministério do Planejamento convidando a categoria para reunião nesta segunda-feira (19), às 17 horas, em Brasília.
“Depois de muita pressão e manifestações o Ministério da Educação e do Planejamento concordaram em dar sequência nas negociações. Esperamos que o governo apresente contraproposta decente. Se isso não ocorrer, vamos continuar em greve e preparando várias ações, inclusive vigílias como esta”, ressaltou o diretor do Sintufes, José Mageski.
Assédio e Liminar – Desde o início da Campanha Salarial 2014 que os trabalhadores vêm enfrentando vários embates. Um deles foi contra o assédio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) que ajuizou ação para impedir a comunicação do Sintufes com a categoria, impedindo a afixação de cartazes ou colocação de faixas no Hospital das Clínicas (Hucam). A reitoria também recorreu à justiça contra a greve para abrir restaurantes universitários e bibliotecas, além de determinar uma distância mínima a ser observada dos prédios da universidade nas atividades da greve, sob pena de pagamento de multa de R$ 5 mil/dia.
“Ainda não recebemos nenhum comunicado oficial, mas vamos recorrer porque essa liminar é um absurdo”, critica Mageski. Os técnicos administrativos reivindicam a revogação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e a regulamentação da jornada de trabalho da categoria, reduzindo para 30 horas semanais, entre outras melhorias na carreira.
Fonte: Adufes