Um café político em um dos portões de acesso ao campus de Goiabeiras/Ufes, em Vitória, na manhã desta quarta-feira, 21, marcou a paralisação de 24 horas dos professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Entre sucos, cafés, frutas e lanches, a categoria fez corpo a corpo, com distribuição de panfletos à comunidade acadêmica.
Com apoio de um carro de som, os professores que se aglutinaram na entrada da universidade denunciaram a política salarial do governo Dilma e explicaram os motivos do protesto a quem passava pelo local. “Estamos em vigília. Hoje aconteceria uma nova reunião de negociação entre os membros do MEC e a Diretoria do ANDES-SN. Essa reunião acabou sendo desmarcada pelo governo, que ainda não sinalizou uma nova data”, criticou o presidente da Adufes, Edson Cardoso.
Em entrevista à imprensa, o vice-presidente da Adufes Raphael Teixeira frisou que a panfletagem visa dar visibilidade ao movimento e busca, ainda, o apoio da população, técnicos e estudantes ao movimento nacional da categoria. “Estamos mobilizados para garantir melhores salários, condições dignas de trabalho, mas lutamos antes de tudo por uma Educação de qualidade, que só pode acontecer com a valorização da nossa categoria”, disse.
Cancelamento. Em carta enviada à Secretaria de Ensino Superior Sesu/MEC, a diretoria do Sindicato Nacional repeliu veementemente o cancelamento e exigiu a confirmação da reunião para a data marcada, pois os diretores já haviam reservado passagens e hospedagem a fim de representar a categoria no diálogo com o governo.
Um panfleto distribuído durante a atividade na manhã desta quarta-feira, 21, no campus de Goiabeiras, deixa claro que a categoria está revoltada com o descaso do governo. “Todas as categorias da Educação paralisaram as atividades. Isso quer dizer que algo está errado!”, alerta o material que foi entregue a todos os/as motoristas/as que entravam e saíam da universidade.
Terceirização. O informativo ressalta também os problemas causados pela terceirização na Ufes. O episódio mais recente envolve a empresa PH serviços queabandonou o contrato que tinha com a universidade e deixou dezenas de trabalhadores sem receber salários e benefícios. Além disso, deixou a Ufes (e outras universidades) completamente imunda e insalubre. “Sem os serviços de limpeza, a permanência no campus está insustentável”, destacava o folder.
Denúncias. Durante a panfletagem, os professores lembraram que o quadro vivenciado nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFE) é de estado de abandono e precarização gerado pela expansão desordenada das IFE, e por programas como o Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Denúncias de assédio moral, falta de insumos básicos para o trabalho, laboratórios, obras inacabadas, são algumas situações vivenciadas pelos professores da Ufes.
Apoio. Estudantes e os técnico-administrativos – que estão em greve há mais de dois meses -, também participaram do protesto desta quarta-feira, 21. No ICII, por exemplo, os alunos empilharam as carteiras nos corredores do prédio em sinal de apoio à paralisação dos/as docentes. Uma nota informativa do Centro Acadêmico afixada no local relata a situação precária em que se encontra a universidade. “Pretendemos realizar mobilizações estudantis no âmbito deste Centro a fim de que nossas reivindicações sejam incorporadas ao debate, visando uma universidade pública gratuita de qualidade”, diz a nota.
Leia o informativo produzido pela Adufes.
Veja aqui as fotos da panfletagem do dia 21.
Fonte: Adufes