Os professores de diversas universidades federais de todo o país estão aumentando o nível de mobilização para reivindicar seus direitos. Em algumas instituições, o descontentamento com as precárias condições de trabalho é tamanho que as categorias da comunidade universitária estão deflagrando paralisações e greve. Este é o caso da Universidade Federal de Sergipe (UFS), na qual os docentes estão em greve desde o dia 3.
Em outras locais, como a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a Universidade Federal do Pará (UFPA), a categoria também está fortalecendo a luta por seus direitos. A presidente da Associação dos Docentes da UFS (Adufs-SSind), Brancilene de Araújo, afirma que quase todas as atividades docentes estão paralisadas na universidade, e a adesão à mobilização chega a todos os campi. Brancilene cita como exemplos da falta de condições de trabalho os muitos prédios que estavam em construção na universidade, mas não foram terminados, a enorme carga de atividades administrativas transferidas ao corpo docente e a falta de equipamentos básicos de laboratórios.
A professora ainda ressalta que dois campi da UFS estão fechados, também por falta de condições de trabalho. O campus de Lagarto não apresenta possibilidade de realização de atividades práticas para os estudantes da área da saúde, nem mesmo para os formandos. Já o campus de Laranjeiras vem sendo palco de atos de violência que assustaram a toda a comunidade acadêmica.
Já no Pará, os docentes da UFPA realizam uma paralisação de três dias. Entre outras reivindicações, a Associação dos Docentes da UFPA (Adufpa-SSind) cobra da Reitoria da universidade o arquivamento da proposta de resolução que estabelece critérios produtivistas para progressão na carreira docente. A paralisação foi definida em assembleia geral da Adufpa, realizada no dia 4 de junho. Na assembleia, os professores rejeitaram novamente a resolução da reitoria, por entenderem que a legislação vigente e a própria lei que criou a carreira já estabelecem os critérios para progressão. Os docentes avaliaram que somente a progressão para titular dentro da carreira deve ser objeto do documento, pois a Portaria 982, de outubro de 2013, se refere somente a ascensão à Classe Titular, que precisa ser regulamentada. Os professores definiram, ainda, que a Adufpa deve apresentar uma proposta de resolução para regulamentar a progressão de associado para titular, conforme prevê a lei que criou a atual carreira e considerando o que estabelece a Portaria 982.
Em Ituiutaba, interior de Minas Gerais, onde está localizado o campus Pontal do Triângulo Mineiro da UFU, também há mobilização. Docentes, técnico-administrativos em educação e estudantes realizaram uma paralisação na terça-feira (10) para cobrar melhores condições de trabalho e de estudo. Segundo Jorgetânia Ferreira, presidente da Associação dos Docentes da UFU (Adufu-SSind), a adesão foi grande e a luta por melhores condições deve continuar. Jorgetânia afirmou que a comunidade acadêmica busca mais recursos para acessibilidade, assistência estudantil e para a garantia da real qualidade no indissociável tripé de ensino, pesquisa e extensão. A presidente da Adufu concluiu dizendo que haverá um seminário para discutir as pautas dos três campi da UFU fora da sede, e que a partir dessa discussão, novas ações serão tomadas.
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*Com informações de Adufs, Adufpa e Adufu