Em mais uma demonstração de extrema repressão, o Estado tenta impedir que trabalhadores de todo o país, unidos na Jornada “Na Copa vai ter Luta”, exerçam seu direito à livre manifestação. Desde o início da manhã desta quinta-feira (12), a Força Tática da polícia militar de São Paulo tem utilizado da violência para coibir a realização do protesto que denuncia os gastos públicos excessivos com a Copa do Mundo e pela reintegração dos metroviários de São Paulo, além de reivindicar mais investimento público em saúde e educação públicas.
A concentração da Jornada, que reúne movimentos sindicais, sociais e populares em um ato unificado, está sendo realizada em frente ao Sindicato dos Metroviários. A polícia, com forte aparato repressor, já impediu o acesso dos manifestantes à Radial Leste. A atuação repressora e violenta da polícia está sendo denunciada por entidades e veículos presentes na manifestação, como o ANDES-SN, a CSP-Conlutas e a Mídia Ninja.
De acordo com a Mídia Ninja, uma jornalista da CNN foi atingida por estilhaço de bomba e atendida por socorristas. “A polícia militar reprime manifestantes e jornalistas de forma hostil. O pequeno grupo que se concentrou próximo a estação carrão do Metrô foi dispersado com bombas de efeito moral e jornalistas já foram atingidos”, afirma, em sua página do facebook.
A Jornada Na Copa Vai Ter Luta tem atos marcados em vários estados brasileiros nesta quinta-feira (12), data de abertura da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, em São Paulo. Neste momento, a delegação do ANDES-SN está reunida com representantes de movimentos de todo o Brasil, concentrados no Sindicato dos Metroviários. O Sindicato Nacional também integra as diversas manifestações que serão realizadas durante o dia, em todo o país.
A presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, afirma que os docentes lutam diariamente por mais recursos para a educação pública, por uma carreira decente e valorização salarial, além da defesa intransigente dos direitos sociais. “Enquanto isso, o governo destina bilhões para a Copa do Mundo, cujo principal legado será os lucros exorbitantes da Fifa, as remoções urbanas e a repressão ao livre direito de manifestação. Durante a Copa do Mundo é a oportunidade para nos juntarmos aos demais trabalhadores, estudantes e movimentos populares e mostrar a nossa indignação com todo este descaso”, afirma, ressaltando a importância de os docentes integrarem os atos em suas cidades.
12 de junho
O dia 12 de junho marca o início da Copa do Mundo no Brasil e também da jornada “Na Copa vai ter Luta”, organizada pelo Espaço Unidade de Ação, composto por diversos movimentos sindicais, sociais e populares. Manifestações em diversas cidades do Brasil irão denunciar as injustiças cometidas pelo estado neste período de megaeventos e o consequente descaso com a saúde, educação, transporte, moradia, salário e reforma agrária, assim como a criminalização dos movimentos e a repressão aos manifestantes.
Em São Paulo, a manifestação tem caráter nacional com representações de diversos estados e outras cidades do Estado de São Paulo.
Mais repressão
Na quarta-feira (11), diversos ativistas foram detidos no Rio de Janeiro e levados para a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) na Cidade da Polícia. Em Brasília, militantes do Comitê Popular da Copa no DF denunciaram, na terça (10), estarem sendo alvo de investigação. Eles receberam a visita de homens não identificados se passando por representantes da Justiça Eleitoral. Segundo integrantes do movimento, o objetivo é intimidá-los, já que o grupo faz parte da organização das manifestações contra a Copa do Mundo.
* Com informações da CSP-Conlutas e Mídia Ninja
* Fotos: ANDES-SN e Mídia Ninja