Trabalhadores do hospital universitário reivindicam aumento real, além de reajuste de benefícios e melhores condições de trabalho
Funcionários de todos os setores do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) deflagraram, no último dia 9, greve por tempo indeterminado. Mesmo após quatro rodadas de negociação em três meses, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) não apresentou uma proposta razoável, na avaliação do Sinsep-PI – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público no estado do Piauí.
Segundo a representante do comando de greve Luciani Vieira, a empresa não ofereceu reajuste compatível com as necessidades da categoria. “A Ebserh não demonstrou a razoabilidade de oferecer um índice maior do que o inflacionário, o mesmo de um ano atrás. Sendo que nossos salários estão defasados há um ano e meio”, afirmou.
Os trabalhadores reivindicam aumento com o índice inflacionário mais ganho real, reajuste no valor dos benefícios, melhores condições de trabalho, assim como abertura a escala de plantões. “Não existe flexibilização nos plantões. Quem trabalha a noite ficará eternamente à noite, o funcionário congela no horário. Não temos água potável para beber, os bebedouros estão com problemas elétricos há mais de quatro meses. Nós também não temos banheiro porque o HU ainda não tem contrato de manutenção. Não temos uma lanchonete e o refeitório não é aberto aos trabalhadores”, disse Luciani.
O presidente do (Sinsep-pi), Paulo Bezerra, explica que é necessário levar em conta o índice de reajuste dos salários, os benefícios e os serviços prestados à comunidade pelos trabalhadores. “Foi proposta reposição de 5,8% do INPC, o que não atende à proposta dos trabalhadores, mesmo depois de tantas reuniões. E, os serviços desenvolvidos por estes servidores são de fundamental importância para o atendimento ao público no hospital universitário”, afirmou. Com a greve, todo o atendimento ambulatorial e parte administrativa do HU estão parados. Apenas exames e consultas dos pacientes internados estão sendo realizados.
“É uma luta justa, e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares ainda não apresentou uma proposta que satisfaça a categoria. Por isso, o Sinsep-PI acompanha de perto a luta da categoria e estaremos aqui na UFPI até que a situação seja resolvida”, afirmou o presidente do Sinsep-PI no dia 10 de junho.
Deflagração da greve
Os funcionários do HU de Teresina decidiram pela deflagração da greve durante assembleia realizada no dia 3 de junho. Depois de mais de três meses de vários debates sobre o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da Ebserh, os servidores ainda não viram atendidas as necessidades e reivindicações, entre elas política interna, cláusulas salariais, correção salarial e de benefícios com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e criação de grupos de trabalho para discutir carga horária, progressão e benefícios.
Em outros estados, a ausência de acordos entre a categoria e a Ebserh também levou a paralisação dos Hospitais Universitários no Maranhão e em Minas Gerais, além do Distrito Federal.
* Com edição do ANDES-SN e informações do G1-PI
* Fotos: Sinsep-PI