Os docentes da Universidade Federal de Sergipe (UFS) estão em greve desde o dia 3 de junho. A imensa precarização das condições de trabalho foi a gota d’água para a decisão dos professores de radicalizar as mobilizações. Uma carta do Comando Local de Greve (CLG), endereçada aos professores da UFS, foi divulgada na última quarta-feira (18), explicitando os problemas que a comunidade acadêmica enfrenta.
Na carta, o CLG afirma que a implementação do Projeto de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) trouxe “contornos dramáticos” às universidades brasileiras, em especial às condições de trabalho. “O marco de regulação meramente economicista do Reuni impõe que os problemas da educação sejam tratados apenas como um problema de gestão a partir das relações privadas, a exemplo do que vem ocorrendo com os contratos em todos os setores da universidade”, diz a carta.
Citando também os cortes orçamentários realizados pelo governo federal na área da educação, que somados podem chegar a 3,1 bilhões de reais, o Comando Local de Greve aponta que as universidades federais brasileiras estão em crise. “As obras do Reuni continuam inacabadas, criou-se a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), não há recursos para equipamentos, expansão de salas de aula, falta restaurante universitário, bibliotecas equipadas, climatização dos espaços físicos, materiais de laboratório, falta residência universitária para atender as demandas sociais, entre outros problemas”.
Pauta da greve entregue à reitoria
No dia 13, o Comando Local de Greve entregou a pauta de reivindicações locais à reitoria da instituição, que se refere às condições necessárias para o desenvolvimento das atividades na universidade, englobando todos os campi, e inclui itens como falta de equipamentos, materiais, infraestrutura básica, entre outros. Os pontos da pauta foram divididos em: para resolução imediata e resolução em médio prazo.
“Os professores vêm tentando manter uma negociação com a reitoria há um tempo razoável. Precisamos que a reitoria nos dê uma resposta efetiva do que realmente pode ser feito”, explicou a presidente da Associação dos Docentes da UFS (Adufs-SSind), Brancilene Araújo. Ela ainda citou os problemas dos campi da UFS: “o campus de Lagarto tem enviado suas demandas há mais de um ano. No campus de São Cristóvão, tem departamento que há oito anos envia lista de material e ele nunca chega. O campus de Laranjeiras, por exemplo, está fechado por conta das questões de segurança”, concluiu Brancilene.
*Com informações de Adufs-SSind
* Imagens retiradas do facebook da Adufs-SSind – foto da assembleia do dia 3 de junho de 2014.