O protesto, que vai reunir trabalhadores, usuários e familiares da rede de saúde mental, será na próxima terça-feira, 22, às 13 horas, com concentração na prefeitura de Cariacica (trevo de Alto Laje). De lá, os manifestantes seguirão rumo ao Heac (antigo Hospital Adalto Botelho), localizado no mesmo município.
À frente do Ato Antimanicomial está o Fórum Capixaba em Defesa da Saúde Pública, que através da Comissão de Saúde Mental, pede o fim das internações manicomiais no Estado.O protesto terá o embalo do “Bloco Que Loucura”, que se tornou conhecido pela irreverência e pelas letras de músicas bem-humoradas, mas igualmente críticas, contra a mercantilização da saúde e os manicômios.
As entidades que compõem o Fórum, entre elas a Adufes, prepararam um manifesto “Liberdade pra cima Manicômio no chão” relatando a realidade do “Antigo Adauto Botelho/ atual Hospital Estadual de Atenção Clínica” assim como a Clínica Santa Isabel (Cachoeiro de Itapemirim), Rede Abraço e diversas comunidades terapêuticas no Estado. No documento, o Fórum faz críticas ao modelo de tratamento “baseado na segregação, estigmatização e privação da liberdade”.
As entidades lembram que o Adauto Botelho passou a ser chamado de HEAC apenas para passar a ideia para a população de que o manicômio teria sido extinto e, no lugar, surgido um novo serviço. “O Adauto Botelho passou a ser chamado de HEAC, tentando nos passar a idéia da reorientação do serviço, que com a mudança do nome fantasia, deixaria de ser um hospital psiquiátrico (vulgo manicômio), para ser um Hospital Geral de retaguarda para o Hospital São Lucas. Porém, o que nos salta aos olhos é um cenário paradoxal: de um lado enfermarias desativadas, espaços abandonados e de outro lado péssimas condições de trabalho e culpabilização dos trabalhadores do hospital, além da estrutura física e o persistente tratamento manicomial. Dois cenários que entrelaçam o fim e a resistência do manicômio”, ressalta o manifesto.
Fonte: Adufes