O ANDES-SN participou da Reunião Internacional em Defesa da Educação Pública, realizada no Rio de Janeiro. O encontro, organizado pela CSP-Conlutas, contou com a presença de representantes da luta em defesa da educação pública do Brasil, México, Equador, Colômbia, França e Palestina, e permitiu a troca de experiência sobre a situação da educação pública, em todos os níveis, nos diferentes países.
“Assim como o ANDES-SN fez uma fala trazendo um pouco do diagnóstico da educação do ensino superior, a partir da nossa atuação nos setores das estaduais, federais e particulares, com elementos que mostram todo o enfrentamento em relação à precarização, adoecimento docente, carreira, os outros sindicatos também informaram sobre a situação da educação em seus respectivos países. Foi muito importante porque a troca de informações nos possibilitou ter uma visão melhor da situação da educação nos outros países”, avaliou Elizabeth Barbosa, vice-presidente da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN.
Os relatos apontaram que os ataques à educação pública – com o acirramento da precarização das condições de trabalho, mercantilização e privatização -, são uma realidade mundial. Apesar das diferenças culturais, políticas e sociais, a aplicação da doutrina neoliberal, com um projeto de educação que favorece a acumulação de capital e transforma a educação em negócio, se dá de forma generalizada.
“Entender que estamos vivendo a mesma coisa e que a única diferença é a geografia é o primeiro passo para unificarmos nossa luta. Não nos equivoquemos, porque os ataques são os mesmos. Os objetivos que temos aqui também são os mesmos, precisamos de propostas concretas para que possamos caminhar e reagir”, disse Nara Cladero, uma das representantes do sindicato francês, o SUD Education, que integra a central Unión Syndicale Solidaires.
Além dos ataques à educação pública, outro problema em comum evidenciado nas falas dos participantes foi a criminalização dos movimentos sociais e das lutas sindicais. Assim como no Brasil, nos demais países as greves são judicializadas, como aconteceu na Palestina no ano passado, e lideranças sindicais são perseguidas, e em alguns países são detidas e acusadas de atividade criminosa, como no Equador e México.
A luta por melhores condições de trabalho e salários também está na pauta de todas as entidades. Na Colômbia, por exemplo, o maior salário de professor em nível superior não passa de cerca de R$ 2 mil conforme relatou Rosa Cecília Lemus, da Associação Distrital de Educadores.
“Busquemos uma aproximação entre nós, [precisamos] ficar mais próximos”, defendeu a professora mexicana Mariluz Arriaga, a Universidade Nacional do México, quase ao final da reunião (11/08), enquanto se discutia a construção de um manifesto e a construção de uma agenda de trabalhos.
Segundo Elizabeth Barbosa, os participantes irão trabalhar na perspectiva de manter e ampliar o contato entre as entidades que atuam na luta em defesa da educação pública e fortalecer as redes já existentes. Para discutir as lutas para além do espaço sindical local, foi construída uma agenda de ações comuns. Tanto o manifesto quanto a agenda serão amplamente divulgadas nos próximos dias.
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