Nossa responsabilidade e disposição não se encerram com a posse. Continuaremos disponíveis para dialogar e responder às demandas da nossa categoria. Mas não esperem de nós a nanopolítica.
Inicio esse discurso¹ com nosso agradecimento à Diretoria Autonomia e AfirmAção pelo imenso trabalho realizado durante a gestão.
Estendo o agradecimento às famílias e amigos das pessoas da Diretoria, porque o trabalho sindical nos toma de tal maneira que muitas vezes tira de nossas famílias e amigos, a nossa convivência. Obrigada por nos cederem essas pessoas durante este mandato. E antecipadamente, obrigada às famílias e amigos da Diretoria que toma posse também.
Agradeço também em nome da nossa Diretoria, pela generosidade dos diversos coletivos do Andes Sindicato Nacional que se manifestaram hoje em nossa posse (Andes em Luta pela Base, Fórum Renova Andes, Graúna e Rosa Luxemburgo), que revelam que a grande política tem honra e dignidade.
Não posso deixar de mencionar que eu, particularmente, passei a participar efetivamente do sindicato por influência e guiada pelas mãos de uma grande mulher: Celi Taffarel. E mesmo quando passamos a divergir politicamente, como aprendi com ela a grandiosidade política, nunca nos afastamos afetivamente, nunca deixamos que as diferenças programáticas e de concepções nos fizessem perder o carinho e o respeito uma pela outra e nunca deixei de ter presente na minha cabeça seus ensinamentos. Talvez o mais emblemático deles seja a afirmação de Celi, que me alfineta todas as vezes que eu penso em entregar os pontos. Diz Celi: para a classe trabalhadora não se vira as costas e não se diz: não sei, não posso, não quero e não vou. Essa é nossa disposição ao assumir a Diretoria da Adufes.
Nosso agradecimento ao Andes-SN, por meio da Reginal Leste, nas pessoas de Mario Mariano e Clarissa Rodrigues e sua Direção nacional, que aqui, na pessoa de Gustavo Seferian, que prestigiam nossa posse.
Nossa saudação também à comissão eleitoral que empenhou todos os esforços para a realização das eleições.
Nosso reconhecimento às trabalhadoras e aos trabalhadores deste sindicato, pelo dia a dia de nossa entidade, de forma sempre atenta e forte!
Obrigada por todas as pessoas aqui presentes, de dentro e de fora da Ufes.
Saúdo os movimentos sociais, numa menção saudosa ao nosso querido Lula Rocha. Com ele, vivi algumas das cenas mais dolorosas da minha vida (no CEDH), mas vivi também algumas das cenas mais divertidas e certamente, tive muitas aprendizagens. E sei que ele vive, nas ações e nas lutas de muitos de nós aqui presentes.
Saúdo a comunidade universitária da Ufes, os de hoje e os de ontem, numa menção honrosa à professora Luzimar Luciano, do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde, falecida em 2020 em decorrência da Covid-19, quando eu estava na presidência da Adufes.
Quando perdemos a professora Luzimar, entendi a necessidade de defender de forma intransigente a vida em sua integralidade. Primeiro para que ninguém estivesse exposto à Covid; depois, para que a saúde física e mental de todos nós fosse a primeira e maior preocupação em torno de nossas condições de trabalho, sempre.
Uma entidade ATENTA E FORTE. Essa foi a escolha da categoria nas urnas, no último dia 29 de novembro.
Um sindicato de luta, que não se furta ao debate, que constrói a política sindical não só com a categoria docente, mas com a classe trabalhadora em geral, por meio da sua interação com movimentos sociais, partidos, outros sindicatos e outras seções sindicais.
Foi isso que se expressou numa curtíssima campanha, que obteve muitas manifestações de apoio (que nós agradecemos) e que se traduziu nas urnas, com 76,52% dos 379 votos apurados. Nós temos orgulho desse resultado.
Ah! Mas e os 17 votos em branco (4,49%) e os 72 votos nulos (19%)? São expressões legítimas! Fazem parte do processo eleitoral, da democracia.
Mas a base de votantes foi de 1623 docentes, então só 23% de docentes filiadas e filiados votaram. É verdade!
Em relação às eleições da Adufes, em 2017 ocorreu eleição de chapa única para a Diretoria. A votação desta eleição (diretoria “Adufes Atenta e Forte”, em relação ao ano de 2017, foi 55% maior do que em 2017. Portanto, nossa base está MAIS participativa e não MENOS!
Para nós, a boa política é aquela que disputa os espaços de discussão da categoria. E foi isso que nós fizemos durante nossa campanha eleitoral. Contudo, chegar a uma campanha eleitoral não é algo que se constrói no afogadilho, em véspera de eleição. Por isso, como dissemos nas reuniões das quais participamos durante as eleições, nossa construção coletiva de um programa para a diretoria da Adufes teve início em junho de 2023. E antes disso, nós construímos cotidianamente a Adufes, como base.
Mas como estávamos discutindo chapa desde junho? Então houve informação privilegiada! Não, nós apenas nos apoiamos num instrumento legal chamado “Regimento Interno da Adufes”, que prevê que as eleições do sindicato ocorrem em novembro. E como defendemos a boa política, nós não nos ocupamos de nosso sindicato somente em período eleitoral.
Mas, em campanha eleitoral, como chapa única, encaramos o processo com responsabilidade e disposição.
- Panfletamos em todos os campi;
- Participamos de todas as reuniões em que foi permitida nossa apresentação;
- Comparecemos ao debate;
- Colocamos nossas redes sociais e canais de contato à disposição para responder dúvidas, receber sugestões ou críticas.
Nossa responsabilidade e disposição não se encerram com a posse. Continuaremos disponíveis para dialogar e responder às demandas da nossa categoria. Mas não esperem de nós a nanopolítica.
Nós queremos ouvir quem não votou, quem votou em branco ou nulo e os 76% que legitimaram a nossa chapa, não por falta de opção, mas pela opção por nosso projeto. Afinal, todo mundo é livre para votar como quiser. O voto em branco ou nulo poderia ter sido massivo e ter rechaçado nosso programa e nossos princípios, mas não foi o que aconteceu.
O que nossa categoria legitimou foi um projeto de sindicato, de universidade e de educação. Encorajamos a discussão desses projetos, com maturidade, nas nossas instâncias constitutivas: grupos de trabalho, conselho de representantes e ASSEMBLEIAS (instância máxima de nossa entidade). Nesses espaços, sim, será possível eventualmente mudar a correlação de forças e rechaçar um projeto que alguns dizem não atender à categoria. Fora disso, são palavras ao vento.
O nosso projeto é pautado por algo que nos é muito caro, fundamental: a autonomia sindical. Para nós, se como diz a canção, “tudo é perigoso”, é bom saber que nossa categoria respondeu ao nosso princípio basilar reafirmando que sim, é preciso manter um sindicato atento, forte, independente e isso, é “divino e maravilhoso”.
¹Discurso proferido na posse da Diretoria “Adufes Atenta e Forte”, biênio 2023-2025.
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