Há um ano, trabalhadores ocupavam Brasília contra o ajuste fiscal. Veja vídeo feito pela Adufes

A Adufes esteve presente na marcha Ocupe Brasília, uma das maiores mobilizações de trabalhadores e movimentos sociais contra  as reformas do atual governo. Em resposta, o presidente Michel Temer enviou a PM que usou balas de borracha, cassetetes, bombas de gás lacrimogênio e prisões arbitrárias para conter os manifestantes.O vídeo feito pela Adufes durante a Marcha registra a unidade dos trabalhadores, mas também a repressão que feriu dezenas de pessoas. Veja o vídeo AQUI

Veja fotos da Adufes Ocupa Brasília (fotos Sérgio Cardoso)

O Ocupe Brasília ocorreu em 24/05/2017, há um ano, e a Adufes disponibilizou ônibus para levar docentes, estudantes e técnico-administrativos para o grande ato. A marcha Ocupe Brasília tinha como eixos a rejeição às Reformas da Previdência e Trabalhista e a luta pela revogação da Lei das Terceirizações e pelo Fora Temer e foi fundamental para que os ataques à previdência dos brasileiros ainda não tenham sido aprovados.

Participaram da Ocupe Brasília trabalhadores, estudantes e militantes de movimentos sociais de todos os estados do Brasil. O ANDES-SN, com grande bancada presente em Brasília, organizou uma coluna junto à CSP-Conlutas e demais entidades da Educação (como Fasubra e Sinasefe), na qual defendeu também a construção de uma nova Greve Geral, dessa vez de 48h, como tática para barrar as contrarreformas e derrubar Michel Temer da presidência. 

Greve 30/6. Na Ufes, a categoria docente deliberou em plenária aderir ao  movimento paredista. Às vésperas da paralisação, os professores, estudantes e técnico administrativos realizaram panfletagens.

1ª paralisação. A primeira mobilização de  2017 havia sido realizada em 15 de março. Em Vitória, o Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações contra os ataques de Temer começou cedo.

2ª Greve. Em 28 de  abril,  mais uma outra greve contou com participação dos professores da Ufes. A paralisação levou também centenas de trabalhadores para as ruas da capital do Espírito Santo.

Campi Ufes Interior. Os docentes dos campi do interior (Alegre e São Mateus) também têm fortalecido a resistência contra os retrocessos do governo. No movimento de 28/4, por exemplo,  houve panfletagens, barricadas e debates sobre as implicações das contrarreformas e da terceirização. 

Greve Geral histórica contou participação dos docentes de Alegre, sul do ES

Greve Geral também teve participação da comunidade do Ceunes, norte do ES

Ocupe Brasília. A concentração da manifestação começou nas primeiras horas da manhã, na medida em que os ônibus chegavam de norte a sul do país no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha, no centro de Brasília. De lá, já perto das 12h, começaram a sair os primeiros blocos de manifestantes rumo à Esplanada dos Ministérios. A Polícia Militar (PM) do Distrito Federal realizou revistas nos manifestantes no percurso da Esplanada e impôs bloqueios à entrada de manifestantes na Praça dos Três Poderes, colocando barreiras antes do espelho d’água do Congresso Nacional.

Tão grande era o ato que os manifestantes que estavam na parte de trás demoraram quase duas horas para chegar ao final da Esplanada. Lá, a PM, comandada pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), realizou durante horas Arquivo Adufes: foto Sérgio Cardosouma repressão incessante: milhares de bombas foram lançadas contra os trabalhadores, assim como gás de pimenta e tiros de bala de borracha para impedir o direito à manifestação. Os policiais chegaram a atacar os manifestantes de helicópteros.

Forças Armadas na rua

Em reação à brutal violência da polícia, manifestantes se defenderam queimando pneus e montando barricadas. O presidente Michel Temer, em um ato utilizado apenas por José Sarney em 1986 e por Dilma Rousseff no Leilão do Campo de Libra em 2013, decretou a “Garantia de Lei e de Ordem” em todo o Distrito Federal até o dia 31 de maio, mas revogou a medida após o final da manifestação.

Temer se valeu da Lei Complementar nº 97/1999 e do artigo 84 da Constituição Federal para colocar as Forças Armadas nas ruas. Segundo o Correio Braziliense, 1200 militares do Exército, Marinha e Aeronáutica rapidamente Arquivo Adufes: foto Sérgio Cardosose apresentaram na Esplanada dos Ministérios para ajudar a polícia de Rollemberg a reprimir a manifestação. Policiais do DF também utilizaram, indiscriminadamente, armas de fogo letais contra os manifestantes e chegaram a assediar jornalistas para que as imagens não fossem divulgadas.

O uso das Forças Armadas continuou no governo de Michel Temer. No início de 2018 ele decretou uma Intervenção Militar no estado do Rio de Janeiro, reforçando a segregação de classes e a segregação racial em um dos maiores estados do país. 

Fonte: Adufes (com informações do ANDES-SN)