Na manhã desta quarta, 2, os portões do campus de Goiabeiras foram fechados bem cedo, por volta das 6 horas. O dia está sendo marcado por panfletagens, aulas públicas e atividades culturais.
A mobilização convocada pelos sindicatos da educação, por centrais sindicais e movimentos sociais está movimentando os centros da Ufes. A programação da Greve Geral que vai até amanhã, quinta-feira (3) inclui panfletagens, aulas públicas e atividades culturais. Na quinta-feira, 3, haverá ato público com concentração às 17 horas, em Frente ao Teatro Universitário.
A greve que tem como foco a luta pela Educação, também levanta bandeiras em defesa da soberania nacional, das estatais e do meio ambiente. “As universidades são alvos prioritários de Bolsonaro, justamente porque foram, historicamente, locais de luta”, disse o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto, destacando que devemos estar nas ruas, nas diversas mobilizações marcadas para hoje (2) e amanhã (3/ 10) para barrar os retrocessos.
O governo Jair Bolsonaro cortou 11.800 bolsas de estudos da pós-graduação. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) disse que, por falta de verbas, não terá como garantir o pagamento de 84.000 bolsistas. Isso significa que o apoio às pesquisas está sendo deixado de lado.
“Vamos às ruas falar com a população, explicar a importância da educação, das escolas e universidades públicas e mostrar cada um dos ataques que têm sido feitos tanto ao setor da educação como contra as nossas riquezas, como é o caso da Petrobras”, destacou o coordenador do Sindicato dos Técnico-administrativos da Ufes/Sintufes, Welligton Pereira.
Future-se. Em julho, o governo lançou o programa “Future-se” para aumentar a participação de verbas privadas no orçamento universitário. A ideia é que as instituições públicas de ensino superior possam celebrar contratos de gestão compartilhada do patrimônio imobiliário da universidade e da União.
O Projeto representa a privatização por dentro da educação superior pública no Brasil, com o incentivo às parcerias público-privadas, a gestão realizada por organização social, o fim da autonomia universitária, a subordinação da produção do conhecimento aos interesses do mercado e a desresponsabilização do Estado com as universidades.
Chamado. Durrante a manhã, os estudantes passaram batucando em salas de aulas fazendo chamado para a greve geral. O representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Miguel Intra, disse que o governo ainda não aprendeu que educação não é gasto, mas sim investimento. “Exigimos uma imediata recomposição do orçamento público das universidades. Não pagaremos pela crise”, salientou o estudante.
Comunidade acadêmica da Ufes presente na ações de luta
Greve Nacional da Educação começa nesta quarta com ampla programação na Ufes
Fonte: Adufes