Câmara Federal discute fragmentação da Ufes

Reunião virtual da Comissão de Educação ocorreu na terça-feira, 23, com participação do Reitor da Ufes, parlamentares e representantes da instituição

Convocada pela Comissão de Educação da Câmara Federal, a atividade discutiu os projetos de lei que pretendem fragmentar/dividir duas unidades da Universidade Federal do Espírito Santo de forma irresponsável e sem nenhum diálogo com a comunidade universitária. No último dia 10, entidades se posicionaram contra a fragmentação. De acordo com a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, a luta da comunidade acadêmica contra mais esse golpe contra a educação está apenas começando.

“Os cortes no orçamento da Educação têm atingidos níveis altíssimos e as condições de estudo e trabalho só pioram neste governo”, afirma a presidenta da Adufes, lembrando que se trata de proposta demagógica. “Estão querendo vender uma falsa ideia de ampliação, sendo que na verdade não existirá crescimento algum, pois não serão criadas novas vagas para matrículas ou novas contratações de corpo docente e técnicos. Sem contar que faltam verbas para melhorias na estrutura física dos prédios, nos laboratórios e para o pagamento de bolsas das e dos pesquisadores”.

A proposta de fragmentação da Ufes no sul do estado é defendida pelo deputado federal Neucimar Fraga (PSD/ES) e pelo deputado federal Evair de Melo (PP/ES).

Já a outra proposta que pretende transformar o Centro Universitário Norte ES (Ceunes) em uma universidade é mais antiga. Ela foi defendida pelo então senador da república Gerson Camata e reapresentada este ano pelo Deputado Federal Neucimar Fraga.

Ataque à autonomia universitária. “Acho estranho a forma como as propostas estão sendo conduzidas, sem uma discussão prévia com a comunidade universitária. Precisamos debater melhor o assunto”, disse o reitor da Ufes à Comissão de Educação da Câmara Federal. Paulo Vargas frisou que o fracionamento poderá comprometer o desempenho acadêmico da instituição e sua produção científica, que possui indicadores significativos. Vargas também alertou para a situação atual que as instituições de ensino superior estão passando, com sucessivos cortes orçamentários realizados pelo governo federal.

Outro que  criticou  a iniciativa foi o deputado Helder Salomão (PT/ES). Para o parlamentar a proposta é “eleitoreira” e parte de um governo que está sucateando a educação pública. “O que o governo Bolsonaro propõe é dividir nossa universidade sem criar uma nova vaga ou um novo curso e sem a previsão de mais verbas”.

Proposta deverá ser rejeitada, diz presidente da Comissão de Educação. A presidenta da Comissão, a professora e deputada federal Dorinha Rezende ((DEM/TO), lembrou que a proposta de fragmentação da universidade deverá ser rejeitada na casa de leis. De acordo com ela, a criação de novas instituições de ensino superior cria necessidades de novos investimentos, infraestrutura e recursos humanos.

Também participaram da reunião o secretário executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Gustavo Balduino; a diretora do CCAE, Louisiane Nunes; a diretora do CCENS, Taís Cristina Soares; o diretor do Ceunes, Luiz Antônio Favero Filho; e a chefe de Gabinete da Reitoria da Ufes, Zenólia Figueiredo.

(Com informações da Ufes)

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