Comando de Greve se reúne com Administração Central da Ufes e reitor se compromete a não judicializar o movimento

Comando de Greve reafirmou o compromisso com o acesso das/dos trabalhadoras/es e dos veículos com insumos para o funcionamento do RU e manterá contato direto com a direção do restaurante para que não haja o alegado ruído de comunicação do primeiro dia do movimento

Diretoras da Adufes e membros do Comando de Greve participaram de uma reunião na tarde desta segunda-feira, 15, com o reitor Eustáquio de Castro, a vice-reitora Sonia Lopes, e representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufes e da base estudantil, além de pró-reitores e outros integrantes da Administração Central da Ufes. A pauta tratou de questões relacionadas à greve, entre elas o funcionamento do Restaurante Universitário (RU) durante o movimento.

O Comando de Greve reafirmou o compromisso com o acesso das/dos trabalhadoras/es e dos veículos com insumos para o funcionamento do restaurante e manterá contato direto com a direção do RU para que não haja o alegado ruído de comunicação do primeiro dia do movimento paredista.

Como a Ufes suspendeu o almoço no RU nesta segunda-feira, 15, a Adufes comprou 600 marmitas que foram distribuídas para estudantes nos campi de Goiabeiras e Maruípe. A quantidade foi suficiente para atender todas/as as/os alunas/os que demandaram alimentação. Estudantes presentes reivindicaram, ainda, melhorias no RU, como a retirada das grades, qualidade das refeições e serviço de café da manhã, que são pautas da greve.

A Reitoria também se comprometeu a não judicializar o movimento, afirmando que não se oporá à greve que entende estar defendendo pautas positivas para a Ufes e o conjunto das universidades federais.

Calendário Acadêmico

Além disso, será formada uma comissão com a participação de quatro membros do Comando de Greve e quatro suplentes, sem cadeiras permanentes, além de membros da Administração Central da Ufes, para articular com a Universidade soluções para questões que surjam em decorrência da greve. Esta comissão analisará a possibilidade de suspensão do Calendário Acadêmico, medida defendida pela Adufes e pelo Comando de Greve.

Durante a reunião, ficou decidido também que a Adufes formalizará, por meio de ofício junto à Administração Central, os inúmeros casos de assédio que estão acontecendo por parte de departamentos e suas chefias com produção de listas de grevistas e até mesmo realização de reuniões para “deliberar” sobre greve, algo que não faz parte das atribuições de departamento e que cerceia o direito à greve deflagrada legitimamente após deliberação da categoria em assembleia geral.

O ofício tratará, ainda, dos casos de professoras/es que por ventura tentem ministrar aulas online durante a greve, o que não tem respaldo legal de acordo com a Pró-reitoria de Graduação (Prograd). Uma nota também será encaminhada para o Conselho Universitário em defesa da greve.

Outras pautas que fazem parte das reivindicações locais do movimento grevista também foram discutidas durante a reunião.

Legitimidade

A diretoria da Adufes e a 1ª tesoureira do Andes-SN, Jennifer Susan Webb, professora EBTT da Universidade Federal do Pará (UFPA), já haviam se reunido com o reitor Eustáquio de Castro no dia 9 de abril, quando ele destacou que tratará das questões das/dos docentes com a Adufes, salientando que a entidade é a legítima representante da categoria, tendo sido a sua diretoria democraticamente eleita. Nesta reunião, o Sindicato já havia solicitado a suspensão do calendário, caso a greve fosse deflagrada, e a manutenção de bolsas e auxílios de estudantes, assim como o funcionamento do RU.

EBTTs

A situação das professoras EBTT também já havia sido abordada nesse encontro, uma vez que não há isonomia entre elas e docentes do Magistério Superior, situação explicitada pela obrigatoriedade do ponto eletrônico para elas, o que causa uma série de problemas para suas atividades e para a própria instituição. A falta de professoras no Colégio de Aplicação Criarte, onde elas atuam, é uma ameaça ao direito que elas têm de pleitear a licença capacitação. Algumas delas estão prestes a perder o prazo, que está quase vencendo, em decorrência da falta de profissionais que possam substituí-las. A Reitoria se mostrou sensível à questão e se comprometeu a estudar uma forma de reverter a situação.

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