Encontro virtual apontou necessidade de construir a mobilização, inclusive em articulação com outras entidades ligadas à educação, tendo como linha de ação o apoio à vacinação em massa da população.
Noventa pessoas, entre representantes de 52 seções sindicais e da direção nacional do ANDES-SN, participaram da reunião conjunta dos setores das instituições federais (IFES) e das estaduais e municipais (IEES-IMES). A atividade, realizada em seis de fevereiro, avaliou o resultado das assembleias nos estados, convocadas para discutir a deflagração de Greve Sanitária e possíveis encaminhamentos, entre outros assuntos.
O levantamento do Sindicato Nacional mostra que muitas seções sindicais, por estarem ainda de férias/recesso, ou mesmo retornando delas, ainda terão que realizar assembleias para deliberar sobre a adesão, caso o governo federal insista em recomeçar as aulas presenciais antes da vacinação. Em outras regiões, as/os docentes rejeitaram a greve por terem voltado recentemente às atividades em formato remoto e sem riscos de ensino presencial ou híbrido. O debate, no entanto, pode ser reavaliado a depender da situação sanitária e política do país.
Reafirmando que a proposta de Greve Sanitária é um instrumento de luta e defesa da vida, os presentes encaminharam que as seções que ainda não realizaram assembleias pautem a discussão, tendo as seguintes condições para a volta às aulas presenciais: vacina do SUS para todas e todos, com a ordem de prioridades definidas nacionalmente pelo Plano Nacional de Imunização (PNI); testagem ampla e rastreamento; condições de trabalho nas instituições de ensino, com os procedimentos, as adaptações, os materiais e os equipamentos necessários.
Para isso, o Sindicato Nacional irá reforçar as campanhas e materiais informativos enfatizando o significado de “Greve Sanitária” contra qualquer tentativa de volta às aulas presenciais, tanto no ensino superior como na educação básica. Outro ponto decidido é o engajamento nas mobilizações pelo “Fora Bolsonaro”, que estão sendo organizadas pelas Centrais Sindicais e Movimentos Populares, começando pela participação nas carreatas do próximo final de semana. No Espírito Santo, a carreata será no domingo (21), com concentração às 9h, no Tancredão, na Ilha do Príncipe. A carreata termina na Praça do Papa.
As mobilizações vão destacar a luta contra a Reforma Administrativa, por vacina para todas/o, pelo impeachment de Bolsonaro, entre outras pautas.
Luta da Adufes
Para Ana Carolina Galvão, presidenta da Adufes, a reunião conjunta, que durou aproximadamente 10 horas, afirmou importantes ações já discutidas com a base. “Em assembleia no dia três de fevereiro, o indicativo de Greve Sanitária foi aprovado por 70% dos presentes. Votamos a favor do movimento por entendermos que não teremos como responder de forma adequada os desafios do enfrentamento do retorno presencial negacionista”, frisou.
Na lista de informes (Leia páginas 28 a 37 do Relatório), a presidenta da Adufes destacou a participação da entidade em carreatas em Defesa da Vida e dos Serviços Públicos, mobilizações contra a Reforma Administrativa, assim como a precarização da educação via ensino remoto. Salientou, ainda, a publicação do caderno “Trabalho Remoto na Ufes”, que problematiza as mudanças ocorridas no trabalho docente em tempos de isolamento social e sua relação com a saúde e o lançamento da websérie “Adufes nos Centros – onde a Ufes é feita”, que mostra as atividades da universidade no ensino, na pesquisa e na extensão. O objetivo, ressaltou Ana, é destacar a relevância dos centros na produção científica, de modo a valorizar os serviços públicos e servidoras/es para explicitar os limites impostos pelas políticas do governo federal e o sucateamento da educação.
Adufes