Centrais pressionam e discussão sobre direito de greve fica para 2014
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O adolescente de 16 anos, que exibe a nota de culpa, foi mais uma vítima do ”arrastão” que a polícia fez no dia 19 de julho, no Centro de Vitória, durante manifestação
Há um mês, mais precisamente no dia 19 de julho, o engraxate, que vamos “batizar” de Renato, abreviou o dia de labuta naquela sexta-feira, como muitas outras pessoas que trabalham no Centro de Vitória. Afinal, os enfrentamentos entre políciais e manifestantes despertavam mais curiosidade do que medo.
Com o jovem de 16 anos não foi diferente. Ele pôs sua caixa de engraxate no ombro e rumou para a Praça Oito, onde se podia ter uma visão privilegiada do confronto. De uma hora pra outra, Renato e outros transeuntes passaram da condição de expectadores para manifestantes. “De repente, um bando de gente veio correndo na minha direção e a polícia atrás, disparando balas de borracha e lançado bombas. Pensei, não vou correr para mostrar pra polícia que não estava no meio da confusão. Afinal, manifestante corre, não fica parado”.
O engraxate instintivamente ainda usou o recurso de levantar as mãos, em sinal de trégua. Não adiantou. Quando se deu conta estava algemado pelos pés e mãos engalfinhado com outras pessoas (manifestantes ou não) no “cofre” da viatura policial.
Sem ter oportunidade de explicar que não tinha nada a ver com o ato que começara na manhã do dia 19 com ataques ao Palácio Anchieta e se estendia tarde adentro, Renato foi encaminhado para o Departamento de Polícia Judiciária de Vitória.
“Lá no DPJ eu fiquei da tarde de sexta [19] até o sábado [20] algemado ora dentro, ora fora da cela, sem contato com a família e sem alimentação”, contou.